PS diz que “o adversário é a direita” e recusa que maioria seja pântano

PS diz que “o adversário é a direita” e recusa que maioria seja pântano
Partido Socialista
| Política
Porto Canal/Agências

O secretário-geral adjunto do PS defendeu este domingo que “o inimigo é o populismo” e o “adversário é a direita” e recusou a crítica da nova líder do BE que classificou a governação da maioria absoluta socialista como um pântano.

Em declarações aos jornalistas no final da XIII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, em Lisboa, o dirigente começou por saudar, em nome do PS, Mariana Mortágua pela eleição enquanto líder bloquista.

O socialista considerou que o PS não se confunde “nem quanto aos adversários, nem quanto aos inimigos”, apontando que “o inimigo é o populismo, os inimigos são os populismos e o adversário é a direita”.

“E aquilo que estou profundamente convencido é de que a generalidade dos portugueses desejaria também que o Bloco de Esquerda não voltasse a confundir-se em relação a este quadro de identificação daqueles que são os nossos verdadeiros inimigos e daqueles que são os nossos verdadeiros adversários”, defendeu.

João Torres indicou igualmente que “não será pelo Partido Socialista que será reerguido o muro que ajudamos a derrubar em 2015” e disse que os socialistas estão “focados em recuperar a economia” e “projetar políticas sociais progressistas”.

Questionado sobre a crítica da nova líder do BE, Mariana Mortágua, que considerou que a maioria absoluta criou um “pântano”, o secretário-geral adjunto do PS recusou-a “em absoluto”, sustentando que o resultado das eleições legislativas do ano passado resultou “da expressão da vontade popular e da confiança que os portugueses depositaram no PS”.

João Torres defendeu também que o BE “tem de se encontrar consigo próprio” e “centrar-se noutros aspetos mais importantes da vida política, e não tanto a tentar reescrever a história daquilo que aconteceu em 2021 e que depois conduziu à convocação de eleições legislativas”.

O dirigente e deputado socialista recusou ainda outra crítica deixada pela agora ex-coordenadora do BE, Catarina Martins, de que os problemas estruturais do país foram agravados porque os socialistas acharam que, com a maioria absoluta, tinha chegado o seu “momento cavaquista”.

“Não, o Governo não atravessa nenhum momento cavaquista e se há algo que tem caracterizado a maioria do Partido Socialista é o facto de termos sido, estarmos a ser e seguramente continuarmos a ser uma maioria profundamente dialogante” e cumpridora do seu programa eleitoral”, realçou.

Também numa declaração aos jornalistas, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP Ricardo Costa afirmou ter registado as conclusões da Convenção do Bloco de Esquerda “nomeadamente a partir da intervenção final”, mas preferiu falar das ideias do seu partido em campos como a valorização dos “salários e das reformas” ou a “defesa do Serviço Nacional de Saúde”.

Ainda assim, reconheceu os “vários momentos de convergência, nomeadamente na Assembleia da República”, com os bloquistas e disse esperar que “o Bloco possa convergir com o PCP” na defesa das suas lutas.

O dirigente do Livre Paulo Muacho agradeceu e reconheceu o papel da coordenadora cessante do BE, Catarina Martins, “na criação da ‘geringonça’” e desejou “felicidades e bom trabalho” à nova direção do partido com quem espera poder continuar a trabalhar.

“Esperamos poder continuar a trabalhar com o Bloco de Esquerda no parlamento, nas autarquias e fazer frente àquilo que também reconhecemos, o diagnóstico que aqui foi feito de um avanço da extrema-direita. Isso implica uma responsabilidade das forças de esquerda e das forças democráticas de estarem unidas contra este avanço”, defendeu.

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