PSD e Regionalização. Uma história partilhada, mas que nem sempre seguiu um rumo comum
Porto Canal
O PSD comemora, este fim de semana, o seu 49.º aniversário. Celebra-se, por isso, a introdução do tema da regionalização em Portugal. Uma história partilhada. mas que nem sempre seguiu um rumo comum ao longo dos anos.
49 anos de Partido Social Democrata.Uma história que começou lado a lado com a regionalização e que líder após líder se foi afastando do conceito.
No início, em 1976, o país preparava-se para votar a Constituição. O documento previa a Regionalização e o PSD votou a favor.
Francisco Sá Carneiro, por oposição a Mário Soares, falava na importância de uma “democracia regional”. O primeiro grande passo no caminho da Regionalização deu-se pelo pé do social-democrata Aníbal Cavaco Silva, com a aprovação da Lei-Quadro das Regiões Administrativas.
A mudança de paradigma começava em 1997, com Marcelo Rebelo de Sousa na liderança do partido. A revisão constitucional apresentada pelo PSD foi aprovada e impunha a obrigatoriedade de um referendo sobre o tema. Foi chumbado e a regionalização ficou adormecida por 25 anos.
O tema volta ao debate político em 2021. Na campanha para as eleições legislativas antecipadas, Rui Rio pronunciava-se favoravelmente à hipótese de um referendo.
A reconciliação entre PSD e regionalização parecia estar pare breve. Depois das eleições, o partido apresentou até um novo projeto de revisão constitucional, que previa uma simplificação do referendo.
Mas com o pedido de demissão de Rui Rio, a proposta de revisão foi retirada.
Luís Montenegro assume a liderança do PSD e a regionalização volta a ser afastada da órbita do partido. Durante a campanha o agora líder da oposição dizia que a discussão sobre o tema “era extemporânea”.
À data dos seus 49 anos, celebra-se um PSD com entraves à regionalização. Mas o futuro, como dita a história do partido, muda à luz de cada um dos seus líderes.