Presidente do Banco Central Europeu diz que subida das taxas de juro foi decidida por um "consenso muito forte".

Presidente do Banco Central Europeu diz que subida das taxas de juro foi decidida por um "consenso muito forte".
Ronald Wittek | EPA
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Porto Canal/Agências

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse esta quarta-feira que a decisão do Conselho do BCE de subir as taxas de juro em 25 pontos base foi tomada por um "consenso muito forte".

Lagarde explicou em conferência de imprensa que na reunião desta quarta-feira alguns membros do Conselho consideraram apropriado subir as taxas de juro em 50 pontos base, outros em 25 pontos e que não houve ninguém contra um aumento.

Lagarde reiterou que o banco central ainda tem "caminho a percorrer" e que não está a fazer uma pausa, pelo que provavelmente continuará a aumentar as taxas de juro nos próximos meses, mas não disse até onde irá esse aumento.

"Saberemos qual é a taxa de juro suficientemente restritiva quando lá chegarmos", disse a presidente do BCE.

Lagarde considerou que as pressões sobre os salários tornaram-se mais fortes.

"As pressões salariais intensificaram-se na medida em que os trabalhadores, num contexto de mercado laboral robusto, recuperam algum poder de compra que tinham perdido como consequência da inflação elevada", afirmou Lagarde.

O BCE decidiu subir as três taxas de juro em 25 pontos base, um abrandamento em relação aos aumentos anteriores, numa altura em que a inflação subjacente desacelera ligeiramente e o crescimento económico na zona euro é bastante tímido.

A taxa de juro das principais operações de refinanciamento subiu para 3,75%, a taxa de facilidade de depósito passou para 3,25% e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez subiu para 4%, o nível mais alto desde outubro de 2008.

"A inflação continua demasiado elevada durante demasiado tempo", justificou a instituição em comunicado.

Este foi o sétimo aumento em 10 meses, mas o mais moderado até agora, dado que as anteriores subidas foram de 50 e de 75 pontos base.

"As decisões do Conselho do BCE sobre as taxas diretoras continuarão a basear‑se na avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária", apontou o BCE.

Segundo o comunicado, em paralelo, o Conselho do BCE prosseguirá a redução da carteira do programa de compra de ativos (asset purchase programme – APP) "a um ritmo comedido e previsível".

"Em conformidade com estes princípios, o Conselho do BCE espera descontinuar os reinvestimentos ao abrigo do APP a partir de julho de 2023", indicou o BCE.

Em relação ao programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (pandemic emergency purchase programme – PEPP), "o Conselho do BCE tenciona reinvestir os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos no contexto do programa até, pelo menos, ao final de 2024", de acordo com o texto divulgado no final da reunião.

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