Botos podem ser extintos dentro de 20 anos. Espécie é frequentemente avistada na Foz do Douro
Joana Almeida Carvalho
Há dezenas de espécies que estão em vias de extinção em Portugal. Os dados foram partilhados no “Livro Vermelho dos mamíferos de Portugal Continental”. Trata-se de um documento criado com o objetivo de registar espécies raras e que estão ameaçadas.
Segundo o documento, uma das espécies de mamíferos marinhos mais comuns na costa do Norte são os Botos, que se distribuem em toda a costa do país mas principalmente na zona entre o Rio Minho e a Nazaré.
Os botos são frequentemente avistados pelo Projeto CETUS do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), na zona da foz do rio Douro, mas os autores do livro deixam o alerta de que, com o declínio atual, há previsões de que estes animais sejam extintos em aproximadamente 20 anos.
O mesmo documento explica que, considerando as espécies de cetáceos avaliadas, duas foram incluídas na categoria Pouco Preocupante; uma espécie, o golfinho-comum, também regularmente avistado ao largo da costa norte portuguesa, foi classificada como Quase Ameaçado; oito espécies foram incluídas na categoria Informação Insuficiente; três espécies na categoria Vulnerável e duas espécies, o boto e a orca, na categoria de ameaça mais elevada Criticamente em Perigo.
De reforçar que o boto estava anteriormente classificado como Vulnerável, mas acabou por ser agora considerado como Criticamente em Perigo nesta nova atualização do documento.
De acordo com o “Livro Vermelho dos mamíferos de Portugal Continental”, as principais ameaças destas espécies centram-se com “a captura acidental em artes de pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, e as redes fundeadas”. Além disso, alertam também para o perigo da poluição sonora em zonas costeiras, que poderá ser agravada pela implementação dos novos parques eólicos que estão a ser pensados para algumas zonas do país, sendo que um deles poderá situar-se a 3km da costa de Vila Nova de Gaia.