Matosinhos. Sindicato diz que trabalhadores da antiga refinaria da Galp continuam "sem soluções"
Porto Canal / Agências
Os trabalhadores despedidos da antiga refinaria da Galp, em Matosinhos, foram “deixados para trás” e continuam “sem soluções” para o seu futuro profissional, acusou esta quinta-feira o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte.
“Passados mais de dois anos não há nada, só a certeza de que os trabalhadores despedidos ficaram para trás”, adiantou o sindicato, em comunicado enviado às redações.
Devido à “dura realidade” vivida pelos trabalhadores, a organização sindical efetuou reuniões com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e Câmara Municipal de Matosinhos das quais resultou uma “mão cheia de nada”, referiu.
Perante esta “situação preocupante de inoperacionalidade das instituições”, o sindicato solicitou agora reuniões com caráter de urgência aos ministérios do Trabalho e do Ambiente.
Para a organização sindical, o período de garantia do fundo de desemprego para alguns trabalhadores já terminou ou está em vias de terminar e, até então, não existe um plano concreto a implementar.
“Exigimos uma célere intervenção por parte do Governo nesta matéria para que sejam cumpridas todas as metas e princípios da tão denominada “Transição Justa" aprovada pelo Governo e União Europeia”, frisou.
No dia 21 de dezembro de 2020, a Galp comunicou à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a decisão de encerramento da atividade de refinação em Matosinhos, concentrando as suas atividades no complexo de Sines.
Posteriormente, para acompanhar todo o processo, a Câmara Municipal de Matosinhos constituiu um Comité Científico e um Conselho Consultivo sobre a Reconversão da Refinaria.
Todo o processo de encerramento foi muito criticado sobretudo pelas estruturas sindicais que representam os trabalhadores da refinaria.
A 16 de fevereiro de 2021, a Galp, a Câmara de Matosinhos e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) adiantaram que a antiga refinaria vai dar lugar a uma cidade da inovação ligada às "energias do futuro".