Há mais de 83 mil casas vazias na Área Metropolitana do Porto
Porto Canal
Portugal enfrenta uma crescente crise de habitação devido aos preços galopantes que estão a ser praticados no mercado imobiliário. Embora esta tendência seja constantemente justificada através da falta de oferta, os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) vêm contrariar esta explicação.
De acordo com os dados recentemente apresentados pelo INE, à data dos Censos de 2021, mais de 723 mil casas habitáveis estavam vazias, em Portugal.
Na Área Metropolitana do Porto (AMP) contam-se 83 832 casas vagas. O INE esclarece que, embora algumas destas casas estejam disponíveis para venda ou arrendamento, há outras que estão apenas vazias, sem perspetiva de receber moradores.
O Porto é o município onde melhor se verifica este fenómeno, 15% das casas estão desocupadas, o que perfaz um total de 20 270 casas. Em Vila Nova de Gaia contabilizam-se mais de 13 500 casas vazias. Logo de seguida surgem os municípios de Gondomar e Matosinhos, ambos com mais de sete mil habitações vagas.
Com mais de três mil casas desocupadas seguem-se Santa Maria da Feira (5813), Maia (4874), Oliveira de Azeméis (3522), Paredes (3311) e Santo Tirso (3300).
Com mais de mil casas vazias, há ainda a destacar Valongo (2924), Vila do Conde (2733), Póvoa de Varzim (2635), Espinho (1626), Vale de Cambra (1438), Trofa (1338) e Arouca (1127).
São João da Madeira, o município mais pequeno da AMP, é o que regista menos casas nesta condição, com um total de 975 habitações desocupadas.
A sufocante subida de preços
Estes dados adquirem maior relevância atendendo ao aumento exponencial do preço da habitação, na última década.
Ainda assim, atualmente, o problema no setor da habitação não se justifica com a falta de casas, uma vez que continua a ser feita uma aposta severa na construção de novos edifícios antes mesmo de se solucionar a problemática das casas devolutas.