Iniciativa Liberal critica centralismo da administração central e propõe deslocalização de 11 instituições
Porto Canal
Deslocalizar para descentralizar. É o mote da proposta da Iniciativa Liberal que sugere a transferência, para fora de Lisboa, de onze sedes de diferentes organismos públicos.
“Aquilo que nós estamos a propor é deslocalizar um conjunto de organismos da administração central para outras localidades que não Lisboa”, explica Carlos Guimarães Pinto, em entrevista ao Porto Canal.
O deputado dá o exemplo do Instituto da Vinha e do Vinho que se localiza em Lisboa, mas que, se a proposta do partido for aceite, deverá passar a estar sediado em Vila Real, “onde está a maior produção vinhateira do país”.
“A administração central coloca quase todos os organismos na capital”, lamenta Carlos Guimarães Pinto em declarações ao Porto Canal Para o deputado o governo tem adotado políticas cada vez mais centralistas, concentrando “a atividade económica na capital” e “afastando os organismos dos setores que tutelam”.
Além disso, Carlos Guimarães Pinto aponta como um dos principais problemas da concentração de instituições públicas em Lisboa “a falta de oportunidades de carreira para profissionais que não vivem na capital”.
Reportagem do Porto Canal revelou duas instituições com sedes descentralizadas de forma fictícia
Há um ano uma reportagem do Porto Canal revelou que existiam pelo menos duas instituições públicas com sedes descentralizadas de forma fictícia, mantendo os centros de decisão em Lisboa.
À data da emissão do trabalho “A Cidade Estado” a Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica tinha sede no Porto, mas lá só trabalhavam três funcionários. Já a sede da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais em Idanha a Nova estava praticamente vazia e recebia apenas reuniões ocasionais.
A reportagem partiu da análise de uma lista de todos os organismos públicos portugueses e revelou que das mais de 700 instituições do Estado cerca de 650 estão sediadas na capital.