Ex-acionista David Neeleman terá comprado a TAP com montante financiado pela própria companhia

Ex-acionista David Neeleman terá comprado a TAP com montante financiado pela própria companhia
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Porto Canal

O caso está a ser investigado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal que abriu esta semana um inquérito. David Neeleman, ex-acionista da TAP, terá sido financiado pela própria companhia para controlar a TAP. Segundo avança o jornal ECO, a análise legal sustenta que Neeleman garantiu a compra da companhia aérea portuguesa com dinheiro cedido pela Airbus, a troco da compra de aviões.

O plano que colocou a TAP a disponibilizar os fundos usados para a sua própria capitalização começou em 2015. Tudo se iniciou quando, em junho, o Governo selecionou a proposta do consórcio Atlantic Gateway, detido pelas sociedades DGN, de David Neeleman, e HPGB, de Humberto Pedrosa, para a aquisição de ações representativas de 61% do capital social da TAP SGPS. Quatro dias depois, a sociedade liderada por David Neeleman assinou um memorando de entendimento com a Airbus. Para selar o compromisso, pagou quatro milhões de dólares em comissões ao fabricante de aeronaves. A capitalização da TAP incumbia, na sua quase totalidade, a David Neeleman, que teria que injetar, através da DGN, 210 milhões de euros dos 217, 5 milhões.

Segundo o jornal ECO, o entendimento previa que a TAP desistisse do contrato com a Airbus para o leasing de 12 aviões A350 e a celebração de um novo para a aquisição de 53 aeronaves, o que beneficiaria a Airbus. De acordo com dados da Atlantic Gateway, citados na nota legal, a Airbus iria providenciar créditos de capital à DGN, no valor de 226,75 milhões de dólares, para serem canalizados para a TAP através da Atlantic Gateway. O valor corresponde ao montante exato da maior tranche de suprimentos que seriam mais tarde colocados na companhia aérea.

De acordo com o jornal económico, a própria DGN, de David Neeleman, celebrou, a 12 de novembro, o acordo para a compra dos 53 aviões à Airbus. No mesmo dia, o Conselho de Ministros aprova a privatização da TAP SGPS e 61% do capital é transmitido para a Atlantic Gateway. Humberto Pedrosa é eleito presidente do conselho de administração e David Neeleman como vogal. A estrutura foi depois replicada na TAP SA, que detém a companhia aérea.

Embora a DGN Corporate tenha tido em 2014 um capital próprio negativo de quase 5 milhões de euros, a empresa de David Neeleman injetou na TAP 210 milhões de euros entre 2015 e 2016, 141,5 dos quais logo em novembro de 2015. No dia 13 de novembro o conselho fiscal da TAP dá um parecer favorável à compra de 53 novos aviões e o conselho de administração aprova, quer a compra das novas aeronaves, quer a desistência dos 12 A350. No mesmo dia, a DGN, enquanto adquirente, a TAP enquanto novo comprador e a Airbus, celebram os novos contratos. A DGN fica liberta de quaisquer obrigações.

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