Câmara de Caminha intenta queixa-crime contra empresa e promotor de centro de exposições

Câmara de Caminha intenta queixa-crime contra empresa e promotor de centro de exposições
| Norte
Porto Canal / Agências

A Câmara de Caminha intentou uma queixa-crime contra a empresa Green Endogenous e o promotor Ricardo Moutinho, responsáveis pelo projeto do pavilhão multiúsos, entretanto cancelado, e requereu meios “urgentes” para assegurar os 369 mil euros adiantados pelo município.

Em declarações esta sexta-feira à agência Lusa, o advogado da autarquia Nuno Sá Costa adiantou que a queixa-crime foi formalizada, há mais de um mês, junto do Ministério Público (MP), para que seja apurada a “eventual responsabilidade criminal” da empresa e do seu promotor no contrato-promessa de arrendamento para fins não habitacionais, celebrado em 2020, entre a câmara e a empresa Green Endogenous que previa a construção de um Centro de Exposições Transfronteiriço (CET), em Caminha.

“A lei disponibiliza alguns meios urgentes de precaver eventuais indemnizações futuras e a câmara municipal usou desses meios que estão, neste momento, requeridos junto do MP. Terão de ser decididos pelo juiz de instrução e vamos aguardar. Na nossa expectativa serão deferidos. Poderá ser um passo importante na resolução deste assunto, pelo menos da parte que tem a ver com a devolução do adiantamento”, afirmou Nuno Sá Costa.

Em causa está um negócio que levou à demissão do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro e ex-autarca de Caminha, Miguel Alves, que está a ser investigado pelo Ministério Público (MP) por ter celebrado, em 2020, quando era presidente daquela câmara, um contrato-promessa de arrendamento para fins não habitacionais com a empresa Green Endogenous que previa a construção de um CET em Caminha.

Em abril de 2021, o município adiantou ao promotor uma verba de 369 mil euros para a concretização da obra, que nunca avançou. Daquele montante, 300 mil euros serviram como adiantamento das rendas relativas ao 25.º ano do arrendamento e os 69 mil euros ao pagamento do IVA.

Em novembro de 2022, a Câmara de Caminha aprovou, por unanimidade, por proposta do presidente Rui Lages, a resolução do contrato, alegando incumprimento do promotor que “não apresentou nem o seguro caução, nem a garantia bancária” com que se tinha comprometido.

Em dezembro, a Câmara de Caminha ratificou a decisão desfavorável proposta pelos serviços de urbanismo ao Pedido de Informação Prévia (PIP) apresentado pelo empresário Ricardo Moutinho para a construção nas freguesias de Argela e Vilar de Mouros, do CET e, de um parque de ciência e tecnologia automóvel.

Da queixa-crime apresentada no início de dezembro último ainda não resultou em qualquer diligência por parte do MP, o que para o advogado da Câmara de Caminha não é um facto “estranho”.

“Não passou assim tanto tempo. Admito que o MP esteja a tratar da forma mais célere possível, porque o tempo, muitas vezes é importante para que consigamos, neste tipo de processo, recuperar algum prejuízo eventualmente causado por factos criminais, mas também pela própria justiça em si. A justiça tardia, muitas vezes, não é justiça. O facto de ser tardia, retira-lhe algum caráter de justeza”.

Nuno Sá Costa adiantou estar a aguardar com “alguma expectativa pelos próximos passos do MP”, esperando que sejam “tendentes à recuperação do dinheiro”.

“Não é só esse o interesse da câmara. Também o apuramento, até à exaustão, das responsabilidades do promotor envolvido neste projeto com a câmara municipal”, referiu.

Nuno Sá Costa adiantou que desde a resolução, pela Câmara de Caminha, do contrato para a construção do pavilhão, o promotor não devolveu o montante adiantado, nem contactou o município.

“Não houve mais contactos, desde o início do ano passado, com o promotor e, portanto, neste momento, estamos completamente concentrados nas vias legais para conseguirmos quer a resolução contratual quer o apuramento da eventual responsabilidade criminal e, obviamente, a devolução da quantia adiantada pelo município de Caminha, que será o culminar de todo este processo”, observou.

O advogado acrescentou que, “até esta semana”, o MP não solicitou qualquer esclarecimento sobre o contrato no âmbito do inquérito instaurado em outubro, tal como informou, na altura, a Procuradoria-Geral da República (PGR), em resposta escrita a um pedido de esclarecimento enviado pela agência Lusa.

“Até esta semana não houve qualquer contacto, quer com a câmara municipal, quer comigo, quer com outras pessoas envolvidas”, afirmou Nuno Sá Costa.

+ notícias: Norte

Câmara de Gondomar aprova contas de 2023 com saldo positivo

A Câmara de Gondomar aprovou esta sexta-feira, com os votos contra da oposição, o relatório e contas de 2023, que apresenta um saldo positivo de 610 mil euros, situação que o presidente atribuiu aos conflitos na Ucrânia e em Gaza.

Terminaram buscas por jovem desaparecido em Gaia

As buscas permanentes pelo jovem de 16 anos desaparecido há uma semana no mar em Vila Nova de Gaia terminaram esta sexta-feira, sem sucesso, ao pôr-do-sol, revelou à Lusa o comandante da Capitania do Douro, Rui Lampreia.

Idoso carbonizado encontrado em Santa Maria da Feira

Um idoso foi encontrado morto já carbonizado em São João de Ver, no concelho de Santa Maria da Feira, avança o Correio da Manhã, citando fonte da GNR.