Novo aeroporto de Lisboa. Santarém entra numa equação que não agrada a ninguém

Novo aeroporto de Lisboa. Santarém entra numa equação que não agrada a ninguém
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Porto Canal

Santarém é mais uma das soluções para os problemas de capacidade do aeroporto em Lisboa. Os autarcas das duas maiores cidades portuguesas não aprovam esta localização, a capital do gótico. O projeto foi apresentado esta terça-feira e estava a ser preparado há 3 anos. Usa o nome de Fernão de Magalhães, navegador e um dos responsáveis das descobertas.

Há cinco opções para o futuro do trânsito aéreo de Lisboa, em três delas o atual aeroporto Humberto Delgado surge como solução e em duas é colocado de parte. Montijo, Alcochete e Santarém são possíveis destinos. Uma alternativa ao aeroporto de Lisboa já é falada desde 1969 e em 2019, ano antes da pandemia, foram 31,1 milhões passageiros, mais 7,4% que no ano anterior, de acordo com os dados da Vinci, dona da ANA – Aeroportos.

Os autarcas das duas principais cidades do país não concordam com a solução Santarém, que fica a cerca de 80km da capital. Carlos Moedas não quer uma solução que torne o atual aeroporto inoperacional. “Ter um aeroporto em Lisboa é um ativo e como presidente da Câmara Municipal de Lisboa tenho de defender esse ativo, mas como secundário em relação a qualquer outra decisão.”

Rui Moreira, afinou pelo mesmo diapasão. “1+Portela. É isso que o presidente da Câmara de Lisboa está a dizer e parece-me a solução mais inteligente.” O presidente da Câmara do Porto, que falava, tal como o edil lisboeta, na conferência “Novo aeroporto, tempo de decidir”, excluiu as soluções Alcochete e Santarém, não criticando apenas o Montijo.

Rapidez e proximidade
Carlos Moedas recusou a opção Santarém devido à distância de Lisboa, diz o autarca que “Santarém fica fora da concessão da ANA, mas fica a 85 quilómetros. Não há nenhuma cidade europeia com um aeroporto principal a 85 quilómetros. Fazer um interface a uma distância destas é uma loucura.”

O projeto foi apresentado esta terça-feira e de acordo com o gestor Carlos Brazão, os tempos de acesso ao aeroporto, exemplificando com 29 minutos em Alfa Pendular entre Santarém e Lisboa, “são suportados por uma localização de excelência”, com a existência da linha ferroviária do norte e a autoestrada A1.

De notar que, a última fase da linha de alta velocidade Porto-Lisboa depende da localização do futuro aeroporto na capital, contudo o atual plano não contempla Santarém, visto que a última fase apenas deixa em aberto a construção da nova linha pelo Montijo ou Alcochete.

A opção Santarém, disse Carlos Brazão na apresentação do projeto, prevê “dentro de aproximadamente 15 anos - e provavelmente até mais cedo - 50 milhões de passageiros e dentro de 40 anos 100 milhões de passageiros”.

O aeroporto, como já tinha sido noticiado, prevê uma capacidade inicial de 10 milhões de passageiros por ano, permitindo expansão até aos 100 milhões, em 40 anos.

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, não revelou para já preferência sobre qualquer uma das alternativas. Diz apenas que é importante uma solução que permita um futuro de expansão. “Não precisamos de fazer um aeroporto com quatro pistas amanhã, mas era importante que não fechássemos portas a uma expansão.”

As opções
Montijo e Alcochete são soluções já debatidas há bastante tempo que chegaram a originar a declaração do ministro Mário Lino: “Alcochete jamais” (dito em francês), contudo essa opção continua em cima da mesa.

Das localizações que vão ser estudadas pela comissão independente de avaliação, Montijo é aquela que não permite expansão futura.

Em causa, está a solução em que o Aeroporto Humberto Delgado fica como aeroporto principal e Montijo como complementar, uma segunda em que o Montijo adquire progressivamente o estatuto de principal e Humberto Delgado de complementar, uma terceira em que Alcochete substitui integralmente o Aeroporto Humberto Delgado, uma quarta em que será este aeroporto o principal e Santarém o complementar e uma quinta em que Santarém substitui integralmente Humberto Delgado.

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