Associações ibéricas apelam à suspensão das três barragens do Alto Tâmega

Associações ibéricas apelam à suspensão das três barragens do Alto Tâmega
| Economia
Porto Canal

Associações ibéricas apelaram hoje ao Governo português para que suspenda a construção das três barragens da Alto Tâmega, considerando que é um empreendimento "inútil e prejudicial" para a economia local e o ambiente, nomeadamente o lobo ibérico.

Esta oposição ao Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET) une a Quercus, o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), a Coordenadora de Afetados pelas Grandes Barragens e Transvases (COAGRET) e a associação espanhola Ecologistas en Acción.

Decorreu na sexta-feira, em Vila Pouca de Aguiar, a sessão de lançamento dos trabalhos de implantação do SET, que inclui as barragens de Gouvães, Alto Tâmega e Daivões e foi concessionado à espanhola Iberdrola.

Segundo a Iberdrola, este empreendimento representa um investimento de 1.200 milhões de euros nas três barragens e pode traduzir-se na criação de 13.500 postos de trabalho.

As associações afirmaram, em comunicado, que este empreendimento é "inútil, extremamente caro, prejudicial para o desenvolvimento local, com impactes sociais e ambientais gravosos", frisando ainda que é uma "obra fatal para o lobo ibérico".

Para os signatários, a cascata do Tâmega é um "projeto megalómano", que representa apenas 0,1% da energia nacional quando o país já tem excesso de capacidade instalada, e que "criará um encargo para os consumidores e contribuintes de 1000 euros por família".

"Os comunicados oficiais sobrestimam grosseiramente os postos de trabalho associados à construção da barragem. A destruição de postos de trabalho na agricultura e turismo terá um balanço global negativo e permanente", acrescentaram ainda.

As associações alertaram para a destruição do "valor do Tâmega como polo turístico associado aos desportos aquáticos" e de um "ecossistema raro e sensível, ameaçando múltiplas espécies protegidas", considerando que vai fragmentar e degradar a bacia do rio Tâmega e criar barreiras incontornáveis para espécies migratórias.

Os ambientalistas lembraram que foram feitas queixas à Comissão Europeia que "ainda não foram respondidas" e acusaram o Estado português de ter incorrido "em violação grave de várias diretivas europeias e da legislação nacional.

"Este início de obra vem confirmar que os interesses das grandes companhias energéticas se sobrepõem aos interesses da conservação da natureza e das comunidades locais e que o seu poder predador do ambiente consegue suplantar a lei nacional", acrescentaram.

Segundo a Iberdrola, as obras das três barragens arrancam em 2015 e deverão estar concluídas em 2023.

O maior volume de trabalhos decorrerá entre 2018 e 2020.

Até ao final deste ano serão feitos os acessos para preparar o arranque dos trabalhos.

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