Presidente CM Matosinhos constituída arguida na operação Teia
Porto Canal
É mais um rosto socialista que se junta à longa lista de suspeitos na operação Teia, cuja investigação gira em torno da empresa de Manuela Couto, mulher do ex-autarca de Santo Tirso. Luísa Salgueiro foi constituída arguida num processo que atingiu, também, o ex-presidente do IPO do Porto, José Maria Laranja Pontes, pai da atual vereadora da Câmara de Matosinhos, Marta Laranja Pontes, que era, em 2019, na altura das buscas da Polícia Judiciária, chefe de gabinete da autarca de Matosinhos.
E foi, precisamente, a contratação da agora vereadora para chefe de gabinete, em 2017, que levou a PJ a constituir arguida a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos e da Associação Nacional de Municípios. Em causa estão as suspeitas de que a promoção da Marta Laranja Pontes a chefe de gabinete não terá cumprido com os requisitos legais, tendo Luísa Salgueiro agido apenas por influência pessoal não só dos principais arguidos no processo Teia, como também do pai da vereadora, que já na altura era dado como próximo da autarca de Matosinhos.
O procurador do DIAP do Porto, que tutela a investigação, adianta que o recrutamento da chefe de gabinete, sendo um cargo de direção intermédia, deveria ter sido precedido de um concurso público, não sendo, por isso, suficiente o despacho de nomeação.
O Porto canal tentou ter uma reação por parte de Luísa Salgueiro, sem sucesso até ao momento.
À revista Sábado a autarca do PS garante que nada tem a ver com o caso. Diz estar perplexa e indignada e chega mesmo a colocar em causa a interpretação do procurador, afirmando que daria direito a chumbo logo no primeiro exame de direito na faculdade.
Luísa Salgueiro teve o seu telemovel apreendido há 2 semanas. Também o conteúdo do seu computador foi novamente copiado para ser periciado. Mesmo assim, a socialista continua à espera de ser chamada para prestar declarações no Ministério Público, enquanto detém do termo de identidade e residência.
Recorde-se que a operação Teia já levou Miguel Alves a demitir-se do cargo de secretário adjunto de António Costa, depois de ter sido acusado do crime de prevaricação num dos casos em que já era arguido.