Sindicato diz que renovação da frota automóvel da TAP é ética e moralmente condenável
Porto Canal / Agências
O SNPVAC defendeu hoje que a renovação da frota automóvel da TAP é ética e moralmente condenável, considerando que se não for sinal de disponibilidade para subir ordenados aos tripulantes é um ato de gestão "vergonhoso".
Num comunicado aos associados que a Lusa teve acesso, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) assinala que "foi com enorme estupefação e uma boa dose de vergonha alheia que os sindicatos, os trabalhadores do grupo TAP e os contribuintes portugueses foram confrontados com uma notícia que pode até ter uma rebuscada justificação económica, mas que é ética e moralmente condenável".
Em causa está a notícia avançada pela TVI/CNN Portugal e pelo portal Away de que a TAP encomendou uma nova frota de automóveis BMW corporativa, substituindo os da Peugeot.
Para o sindicato, é "inaceitável" que, "além da administração da TAP, a tutela esteja também constantemente a apelar ao esforço dos seus colaboradores para a sobrevivência da companhia e venham a público notícias de 'pequenos luxos', de forma cíclica".
"Queremos assim acreditar que esta decisão, que envolve milhões, de renovação da frota automóvel por parte da administração, só pode trazer boas notícias", refere o comunicado, sublinhando que tal "pressupõe a disponibilidade para aumentar os ordenados dos tripulantes, acompanhando a subida da inflação".
"Se assim não for, estamos perante um ato de gestão vergonhoso, que coloca a Administração numa situação insustentável", vinca.
O sindicato diz ainda que "não pode deixar de confrontar a própria tutela, que deverá interrogar-se quanto à imagem passada aos contribuintes", questionando "como se justifica que uma Empresa intervencionada se dê a estes luxos".
"Esperamos sinceramente que este não seja um mau presságio para a entrega de prémios num futuro próximo", acrescenta.
A TAP defende que a renovação da frota automóvel para a administração e gestores permite uma poupança de 630 mil euros anuais, justificando que a decisão foi assente neste racional ao mesmo tempo que cumpre os contratos.
"A Comissão Executiva quer esclarecer que a TAP dispõe de uma frota automóvel corporativa para a administração e diretores, em regime de 'renting' operacional. Com a opção que fizemos, estamos a poupar anualmente até 630 mil euros, se tivéssemos mantido os carros que temos hoje", refere a TAP num comunicado interno, ao qual a Lusa teve acesso.
A TAP justifica que em causa estão 50 viaturas, para o qual foi feito um concurso ao mercado, tendo sido convidadas a participar seis entidades no mercado português.
"A proposta escolhida foi a que apresentou o preço mais baixo, com uma renda mensal de 500 euros. Como referência, as outras propostas apresentadas à TAP com valor mais competitivo contemplavam rendas mensais de 750 euros", explica a Comissão Executiva da TAP, no referido comunicado.