“Eu nasci em Lisboa, mas o Porto é a minha cidade." — Ana Luísa Amaral (1956-2022)
Porto Canal
A escritora, poestisa e tradutora Ana Luísa Amaral morreu esta sexta-feira, aos 66 anos, vítima de doença prolongada.
Ana Luísa Ribeiro Barata do Amaral nasceu em Lisboa, na Maternidade Alfredo da Costa, a 5 de abril de 1956. Mas foi no Porto, a "sua" cidade, que viveu grande parte da sua vida. Aos nove anos deixou Sintra e deslocou-se para Leça da Palmeira, lugar que adoptou como seu.
Segundo o portal da Universidade do Porto, alma mater da poetisa, a sua infância foi marcada pela leitura de obras de autores anglo-saxónicos, como Walter Scott (1771-1832), Washington Irving (1783-1859), Louisa Alcott (1832-1888) e Enid Blyton (1897-1968).
Entre os dez e os dezasseis anos de idade frequentou um colégio de freiras espanholas e, mais tarde, estudou Germânicas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde veio a lecionar.
Em 1985 realizou provas de aptidão pedagógica e capacidade científica na especialidade de Literatura Inglesa. Novamente na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, em 1996, defendeu provas de doutoramento na especialidade de Literatura Norte-Americana, tendo sido aprovada com distinção e louvor. A tese que apresentou intitula-se Emily Dickinson: uma poética de excesso.
Durante a década de 80 deslocou-se pontualmente a Inglaterra. Viveu nos Estados Unidos da América entre 1991 e 1992.
Recentemente, na sessão de apresentação da Feira do Livro do Porto, evento que a escolheu como personalidade a homeangear na edição de 2022, Ana Luísa Amaral afirmou que, apesar de ter nascido em Lisboa, o Porto era a sua minha cidade: "É a cidade que me acolheu, uma cidade maravilhosa.”