Psiquiatria do São João “sobrelotada” aguarda apoios do PRR

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“Praticamente sempre a 100%”, é assim que se encontra o serviço de internamento psiquiátrico do Hospital de São João. Com disponibilidade para 30 camas, o serviço desespera por uma maior resposta de internamento que está “sem uma única vaga” há vários dias.

Para já, não está previsto que o Plano de Recuperação e Resiliência apoie a estrutura, embora o hospital já tenha pedido ajuda ao Governo. “Nunca foi dada a indicação que o São João tivesse acesso ao PRR. Depois de contactarmos com o Plano Nacional, sabemos que seremos visitados em setembro. Vamos pedir ajuda para a requalificação das infraestruturas e para o internamento de agudos”, garante o diretor do serviço de psiquiatria do hospital. Para Miguel Bragança esta é uma necessidade urgente, uma vez que o serviço não consegue dar resposta e acaba por causar pressão noutras estruturas como o Hospital Magalhães Lemos. “É mais do que tarde e o Governo deveria ter identificado há muito tempo. O SNS sabe as carências que temos no internamento e somos merecedores desse respeito”. Também a coordenadora da Urgência Metropolitana de Psiquiatria do Porto fala em sobrelotação e diz serem necessárias, pelo menos, mais 10 camas. “Gostaríamos de saber como essa distribuição irá ser feita. Estamos mesmo a necessitar de mais vagas”, garante Manuela Moura.

O Plano de Reformas e Investimentos prevê que o Governo invista 1,38 mil milhões de euros na área da saúde, sendo que 88 milhões serão para a saúde mental. Através deste montante a promessa é que sejam construídas quatro unidades de internamento em psiquiatria. No Centro Hospitalar do Oeste, nas Caldas da Rainha, no Hospital Amadora-Sintra, no Centro Hospitalar Tondela-Viseu e no Centro Hospitalar de entre o Douro e Vouga.

O Plano de Recuperação e Resiliência prevê ainda, na área da saúde mental, requalificar 20 instalações dos serviços locais de saúde mental e criar 40 equipas comunitárias de saúde mental.

Esta é uma notícia Porto Canal que faz parte de um trabalho mais alargado sobre a resposta hospitalar no grande Porto para os doentes com doença mental. Visitamos três hospitais da Área Metropolitana do Porto para retratar a realidade de doentes que passam por transferências, por vezes horas de espera, para conseguirem uma cama.

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