Marinho Pinto diz que co-adoção desrespeita e maltrata as crianças
Porto Canal
O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, criticou hoje o projeto de lei que permite a co-adoção pelos casais homossexuais, considerando que se trata de "uma má medida", que desrespeita e maltrata das crianças."É uma má medida desta maioria circunstancial, algo oportunista, que se formou na Assembleia da República", disse Marinho Pinto à Lusa, em Barcelos, à margem da sessão solene do Dia do Advogado.
Para o bastonário, o projeto de lei retira às crianças o direito de "poderem formar a sua identidade num quadro familiar biológico ou adotivo em que existam sólidos referentes masculinos e feminios, que lhes permitam um desenvolvimento harmonioso da sua personalidade".
"Há um terceiro elemento neste triângulo que não foi ouvido e que foi de alguma forma maltratado, desrespeitado, que são as crianças a adotar", acrescentou.
O parlamento aprovou, na sexta-feira, na generalidade, um projeto de lei do PS para que os homossexuais possam co-adotar os filhos adotivos ou biológicos da pessoa com quem estão casados ou com quem vivem em união de facto.
"Ninguém tem direito a adotar. Elas [as crianças] é que têm direito a uma família onde possam desenvolver harmoniosamente a sua personalidade", disse ainda Marinho Pinto.
O projeto de lei teve 99 votos a favor, 94 contra e nove abstenções.
Votaram a favor as bancadas do BE, PCP, PEV, a maioria dos deputados do PS e 16 deputados do PSD.