Mulheres exigem libertação de presos políticos na Venezuela

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Porto Canal / Agências

Caracas, 7 jun (Lusa) - Um grupo de mulheres da oposição venezuelana leu, sexta-feira, um manifesto em que insta o Governo a terminar com o consideram ser uma "repressão brutal" e um "plano sistemático de tortura" contra manifestantes da oposição e a libertar alegados presos políticos.

"Estudantes e trabalhadores encontram-se em prisões comuns como resultado da onda repressiva a que ultimamente recorre o Governo ao negar o exercício legítimo do direito ao protesto cívico e pacífico, estabelecido na Constituição e nos tratados internacionais dos Direitos Humanos, assinados e ratificados pelo Estado venezuelano", lê-se no manifesto.

O documento foi lido por Maribel Castillo, em representação da Frente Nacional de Mulheres e da Mesa de Mulheres (MM), organismo adscrito à coligação opositora Mesa de Unidade Democrática.

Segundo o documento, desde fevereiro 44 pessoas foram assassinadas na Venezuela, 3.127 foram detidas, 210 delas menores de idade, 1.912 estão em regime de apresentação periódica e 114 continuam presas.

"Estes números superam os das ditaduras que passaram pela história da Venezuela", frisou Maribel Castillo.

Segundo a MM há "uma sistemática violação dos Direitos Humanos de mulheres" que "foram detidas, submetidas à discricionariedade dos guardas, que lhes restringem a entrada de alimentos, a atenção médica oportuna, as visitas de familiares e o tempo de exposição solar".

Entre os cidadãos que a MM exigem sejam libertados estão várias estudantes, uma escritora que foi detida por estar a escrever um livro sobre as marchas do movimento estudantil e a repressão na Venezuela e também uma advogada que foi presa por ajudar estudantes.

Durante a leitura do manifesto, a estudante Delibeth Briceño, da Universidade Rafael Belloso, recentemente libertada, explicou que, mesmo sem estar a participar em manifestações, foi detida quando se encontrava num táxi, por ter no " bolso uma máscara antigás que usava como proteção por ser asmática".

Depois, contou, esteve presa durante um mês no Instituto Nacional de Orientação Feminina e "obrigada a cumprir rituais militares como a ordem de recolha e a cantar canções com letras políticas".

Há mais de três meses que se registam protestos diários na Venezuela devido à crise económica, inflação, escassez de produtos, insegurança, corrupção, alegada ingerência cubana e repressão por parte de organismos de segurança do Estado.

Alguns protestos degeneraram em confrontos violentos, durante os quais, segundo fontes oficiais, morreram pelo menos 42 pessoas, incluindo dez polícias ou militares.

Por outro lado, quase 900 pessoas ficaram feridas, mais de 3.200 foram detidas, das quais mais de 220 continuam presas.

Mais de dez polícias foram detidos e estão em curso 197 investigações por alegadas violações de direitos fundamentais dos manifestantes.

FPG // JCS

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