Tribunal de Contas vai analisar contrato com a Christie´s sobre coleção Miró

| País
Porto Canal / Agências

Lisboa, 22 abr (Lusa) - O contrato entre a Parvalorem e a leiloeira Christie´s para a venda da coleção Miró em Londres deu entrada na segunda-feira no Tribunal de Contas (TdC), confirmou hoje à agência Lusa fonte da entidade.

De acordo com o gabinete de comunicação do TdC, o contrato, que possui uma cláusula de confidencialidade exigida pela leiloeira internacional, "foi remetido ao Tribunal e deu entrada na segunda-feira".

Na última semana, no parlamento, deputados da oposição levantaram dúvidas sobre a natureza do contrato e se deveria ser fiscalizado pelo TdC, depois da secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco, ter garantido que "não representava nem um cêntimo de despesa para o Estado".

Na audição parlamentar, a governante apresentou o mesmo argumento que o presidente da Parvalorem, Francisco Nogueira Leite: O contrato não tinha sido enviado para o TdC para fiscalização prévia porque representava receita para o Estado e não despesa.

Na sequência das dúvidas suscitadas no parlamento, o presidente da Parvalorem anunciou que iria enviar o contrato de venda celebrado com a Christie´s ao TdC "para que não subsistam quaisquer dúvidas", afirmou, na altura.

Os juízes da primeira secção do Tribunal deverão agora analisar se o contrato está ou não sujeito a fiscalização prévia, devolvendo-o à Parvalorem se não estiver dentro dessa obrigação legal.

Caso decidam que este contrato deve estar sujeito a fiscalização prévia, o TdC tem, de acordo com a lei, 30 dias úteis para pronunciar-se sobre a sua recusa ou aceitação.

A Parvalorem, sociedade anónima de capitais públicos que detém a coleção de arte Miró, revelou hoje à agência Lusa que vai enviar para o Tribunal de Contas (TdC) o contrato celebrado com a Christie´s para venda das 85 obras.

A Parvalorem - tal como a Parups e a Parparticipadas - é uma sociedade anónima de capitais públicos criada em 2010 pelo Estado para gerir os ativos e recuperar créditos do ex-BPN, nacionalizado em 2008.

Questionado na última semana pela Lusa sobre a cláusula de confidencialidade que tem mantido o contrato inacessível, Francisco Nogueira Leite disse que a regra estipulada no acordo "não se coloca no caso dos tribunais e outras entidades judiciais".

Desde o início de fevereiro, o Ministério Público interpôs duas providências cautelares no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa sobre o processo de venda da coleção Miró, e na sequência de um primeiro despacho judicial, a Christie´s decidiu cancelar o leilão previsto para o início daquele mês.

O despacho judicial não impedia a realização do leilão, mas apontava ilegalidades no processo de saída das obras do país, sem autorização da entidade nacional competente, o que levou a leiloeira a enviar as obras novamente para Portugal para solicitar os documentos e marcar novo leilão para junho.

No parlamento, a secretária de Estado do Tesouro disse estar convicta de que a venda dos Miró em Londres "tem condições" para concretizar-se e que a principal preocupação do Governo é "a maximização das receitas" nestas operações para "reduzir o endividamento do Estado" resultante da nacionalização do BPN.

AG //GC.

Lusa/Fim

+ notícias: País

Turismo português no Brasil cresce 13,8% nos primeiros quatro meses do ano

O número de portugueses que visitaram o Brasil nos primeiros quatro meses do ano cresceu 13,8% em comparação com o mesmo período de 2023, indicaram as autoridades brasileiras.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.