Covid-19: ONU prevê recessão de 1,8% em Angola este ano

| Mundo
Porto Canal com Lusa

Nova Iorque, 24 mai 2020 (Lusa) - A analista de assuntos económicos com o pelouro de África nas Nações Unidas Helena Afonso disse hoje que a ONU prevê uma recessão de 1,8% em Angola este ano, antecipando uma recuperação de 1,5% em 2021.

Em entrevista à Lusa a partir de Nova Iorque, a sede das Nações Unidas, Helena Afonso disse que prevê "que Angola continue numa recessão grave e prolongada, com um crescimento de -1,8% em 2020 devido ao colapso do petróleo, menor produção petrolífera e ao impacto da pandemia da covid-19".

Para 2021, acrescentou, "a atividade económica deverá recuperar gradualmente para 1,5% e os níveis de dívida são elevados e haverá uma redução acentuada da entrada de divisas externas, o que limita bastante a capacidade do país para conter e mitigar os efeitos da desaceleração económica, que poderá evoluir para um período de desequilíbrio significativo na balança de pagamentos".

Na entrevista à Lusa, Helena Afonso salientou ainda que a ajuda externa vai ser muito importante para os países africanos: "Vai ser muito importante a solidariedade não só entre países africanos, mas também a solidariedade vinda do resto do mundo; no entanto, assistimos ao contrário, e alguns países restringiram as exportações de alimentos e material médico, que são importações cruciais para o combate ao vírus em África".

"Na ONU vemos a situação de uma forma algo preocupante, África tem um potencial muito grande para ter um grande número de casos, é uma das regiões onde o número de casos mais está a crescer apesar das medidas em vigor, a capacidade é mais reduzida, mas até agora continua a ser uma das regiões menos afetadas em termos do número de casos e de mortes", disse a especialista.

"Lamentavelmente, mesmo antes de se depararem com uma crise geral de saúde, a maior parte dos países já entrou numa crise económica; muitos ainda se encontravam na fase de recuperação da crise de 2014 e estavam numa situação difícil ao entrar na pandemia, e portanto este é um teste muito grande à resiliência de África e dos africanos", acrescentou, na entrevista por telefone à Lusa a partir de Nova Iorque.

Em África, há 3.246 mortos confirmados em mais de 107 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (1.114 casos e seis mortos), seguindo-se a Guiné Equatorial (719 casos e sete mortos), Cabo Verde (371 casos e três mortes), São Tomé e Príncipe (291 casos e 11 mortos), Moçambique (168 casos) e Angola (61 infetados e quatro mortos).

MBA // VM

Lusa/Fim

+ notícias: Mundo

Português arrisca pena de prisão por tentar introduzir imigrantes ilegais em Espanha

Um homem de 60 anos de idade, de nacionalidade portuguesa, arrisca uma pena de prisão de sete anos por tentar introduzir ilegalmente em Motril, Espanha, dois imigrantes marroquinos ilegais em março de 2019, informou o El Debate.

Ex-membro da máfia de Nova Iorque escreve livro dirigido a empresários

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- Louis Ferrante, ex-membro do clã Gambino de Nova Iorque, disse à Lusa que o sistema bancário é violento e que escreveu um livro para "aconselhar" os empresários a "aprenderem com a máfia" a fazerem negócios mais eficazes.

Secretário-geral das Nações Unidas visita Moçambique de 20 a 22 de maio

Maputo, 06 mai (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai visitar Moçambique de 20 a 22 de maio, a primeira ao país desde que assumiu o cargo, em 2007, anunciou o representante do PNUD em Moçambique, Matthias Naab.