Covid-19: EUA querem abordagem concertada e transparente de credores sobre dívida de África

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Porto Canal com Lusa

Whashington 06 mai 2020 (Lusa) - O secretário de Estado adjunto norte-americano para África, Tibor Nagy, defendeu hoje uma abordagem conjunta e transparente de todos os credores sobre a dívida pública africana no contexto da pandemia de covid-19.

"África tem credores bilaterais em todo o mundo e seria muito importante que todos os países que detêm dívida africana agissem em conjunto e de forma muito transparente sobre como vão tratar a questão da dívida", disse Tibor Nagy.

O responsável norte-americano sublinhou a necessidade de transparência das decisões, para que "toda a gente possa saber o que está realmente envolvido neste tipo de transações".

O secretário de Estado Adjunto norte-americano para África falava hoje, a partir de Washington, durante um 'briefing' telefónico com jornalistas para abordar o apoio dos Estados Unidos à luta contra a pandemia de covid-19 no continente africano.

A União Africana lançou uma iniciativa de negociação com os parceiros para a anulação da dívida pública e de reestruturação da dívida privada dos países africanos.

Questionado sobre a posição dos Estados Unidos, Tibor Nagy, adiantou que o país "está ainda no ínício da análise das várias políticas que poderá adotar" em resposta às aspirações dos países africanos.

"Será absolutante no interesse de toda a gente que quando África sair disto consiga entrar no caminho da prosperidade tão depressa quanto possível", disse o secretário de Estado adjunto.

"Algumas das economias africanas cresciam ao nível dos maiores ritmos mundiais e, obviamente, a pandemia vai ter um impacto devastador em todo o continente. A questão é saber como podemos trabalhar juntos para regressar, primeiro, ao caminho da recuperação económica, e depois da prosperidade", disse.

Em abril, o G20, o grupo das 20 nações mais industrializadas, acertou uma suspensão de 20 mil milhões de dólares, cerca de 18,2 milhões de euros, em dívida bilateral para os países mais pobres, muitos dos quais africanos, até final do ano.

Durante a conversa com os jornalistas, Tibor Nagy sublinhou o compromisso dos Estados Unidos com os países africanos na luta contra a pandemia de covid-19, lembrando que ao longo de 20 anos o país destinou 100 mil milhões de dólares em ajuda aos sistemas de saúde do continente, tendo formado mais de 285 mil profissionais de saúde.

"Estamos focados em fornecer apoio, materiais e equipamentos de alta qualidade", disse.

A administração norte-americana aprovou apoios a vários países africanos, incluindo Angola e Moçambique, de 274 milhões de dólares (254 milhões de euros) destinados a ajuda médica e humanitária no âmbito da luta contra a pandemia de covid-19 em África.

Daquele valor cerca de 100 milhões de dólares (92 milhões de euros) são provenientes do fundo da USAID para as emergências de saúde e 110 milhões (101 milhões de euros) do fundo de apoio a catástrofes.

Os apoios serão disponibilizados a mais de 60 países, na sua maioria países africanos, entre os quais se contam os lusófonos Angola e Moçambique, que receberão 570 mil dólares (528 mil euros) e 2,8 milhões de dólares (2,5 milhões de euros), respetivamente.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu hoje para 1.843, com mais de 47 mil casos da doença registados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

CFF // JH

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