Maputo, 01 abr (Lusa) - O Governo moçambicano e a Renamo, principal partido da oposição, chegaram a acordo para a criação de subcomissões de "desmilitarização" do movimento, no âmbito das negociações visando ultrapassar a crise política e militar no país.

Em declarações à imprensa, após mais uma ronda negocial, o chefe da delegação do Governo, José Pacheco, disse hoje que as duas partes entenderam-se quanto à criação de três subcomissões regionais e de um comando central, para a "desmilitarização" da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana).

As três subcomissões vão ser instaladas no sul, centro e norte do país e o comando central vai funcionar em Maputo, adiantou Pacheco.

Segundo o chefe da delegação do Governo, as duas partes acordaram igualmente na participação de 23 observadores dos EUA, Itália, Zimbabué e Botsuana, para a supervisão do cessar-fogo.

"Os observadores internacionais vêm para observar o processo de cessação das hostilidades militares e a desmilitarização da Renamo", declarou José Pacheco.

Por seu turno, o chefe da delegação da Renamo, Saimon Macuiane, afirmou que a Renamo pretende a integração do seu contingente armado nas forças de defesa e segurança moçambicanas, até 28 de fevereiro de 2015.

"Entendemos que, para além de definir a política de defesa e segurança do país no cômputo geral, também iremos integrar nesta parte a questão que tem que ver com a reintegração, ou seja, a participação plena da Renamo nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique, na polícia e nos serviços de segurança do Estado", adiantou Saimon Macuiane.

Apesar de ter desmobilizado a maioria dos seus guerrilheiros, no quadro do Acordo Geral de Paz de 1992, a Renamo mantém sob seu comando um contingente residual destinado à proteção dos dirigentes do movimento.

Os homens armados da Renamo têm estado envolvidos em confrontos com o exército moçambicano no centro do país e sido alvo de acusações de ataques a civis.

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