Alunos de escola invadida em Braga exigem anulação do exame

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Porto Canal / Agências

Braga, 17 jun (Lusa) - Os alunos da escola Sá de Miranda, em Braga, exigem que o exame de Português desta manhã seja "anulado" depois dos estudantes que não realizaram a prova, por falta de vigilantes, terem invadido as salas onde esta decorria.

Segundo o diretor da escola, Fausto Farinha, a "invasão" das salas de aula decorreu 15 minutos após o início do exame tendo sido depois retomada "sem que tenha havido mais nenhuma anomalia", além da interrupção do exame.

No entanto, os alunos que estavam nas salas de aula, após terminarem a prova, desmentem o responsável pela escola e garantem que as portas "foram fechadas com recurso à força" e que os alunos que quiseram juntar-se aos colegas em protesto foram ameaçados com "penalizações graves" pelos professores vigilantes.

"O que nós queremos é que o exame seja anulado. Não é justo uns fazerem exames e outros não. Além disso quem fez o exame, como eu, estava tudo menos concentrado tal era o barulho e a incerteza", explicou à Lusa Luísa Silva.

Segundo a presidente da Associação de Estudantes da escola, Sara Ferreira, "um grupo de estudantes que não pode fazer exame resolveu invadir as salas onde estavam a fazer exame para impedir que os exames continuassem".

A PSP foi chamada a intervir e, assegurou Sara Ferreira, "a polícia colocou os alunos na rua de forma ordeira", contrariando a versão de alguns colegas que afirmaram ter "havido bastonadas".

A dirigente associativa explicou que "a intenção não era prejudicar quem estava a fazer exame mas sim garantir que todos realizavam o exame em pé de igualdade".

Para os estudantes "tudo isto era evitado se o Ministério da Educação tivesse adiado o exame".

Questionado sobre se o exame iria, ou não ser anulado, na escola, o diretor respondeu que não cabia a ele tomar essa decisão.

"Vamos expor a situação ao júri nacional. A decisão de anular a prova não me compete. Eu apenas relatarei toda a situação", respondeu, adiantando que das 23 salas onde o exame devia ser realizado este apenas o foi em 10 salas, "mas com muito poucos alunos em duas delas".

Quanto às queixas de outras irregularidades, o responsável negou que tivessem existido, versão contrariada pelo testemunho de alguns alunos, após a realização do exame.

"A porta da minha sala esteve fechada e com o professor à frente a usar a força para não nos deixar sair. A nossa intenção era juntarmo-nos aos nossos colegas mas eles [professores] disseram que íamos ter penalizações graves e usou a força para fechar a porta e não nos deixarem sair, ao contrário do que o diretor diz", garantiu Gonçalo Monteiro.

O protesto alastrou a outras escolas da cidade havendo relatos, confirmados pela Lusa junto de docentes das instituições, de tentativas de invasão nas escolas Carlos Amarante, Alberto Sampaio e na Escola Secundária de Maximinos.

Num comunicado enviado à Lusa, o Sindicato Independente de professores já lamentou os incidentes ocorridos na Sá de Miranda.

"O estado a que a Educação chegou deve-se exclusivamente às posições intransigentes do Governo. O SIPE pediu ao Ministério da Educação que adiasse a data deste exame, assim como os pais. O Ministério da Educação está a colher o que semeou", apontou a organização sindical.

JYCR // GC.

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