FNE denuncia anomalias em escolas
Porto Canal
O secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE), João Dias da Silva, denunciou hoje que estão a registar-se anomalias em algumas escolas, onde alunos estão a fazer exames em ginásios e refeitórios.
"Chegam notícias de que há mais de 100 alunos a realizar exames em refeitórios e ginásios. Não é normal no nosso país fazer exames nestas circuntâncias", lamentou João Dias da Silva, à margem de uma visita à Escola Alexandre Herculano, no Porto.
Segundo a FNE, na Escola Gonçalo Zarco, em Matosinhos, e nas escolas de Faro e Tavira, no Algarve, os exames não estão a realizar-se.
Na Escola Sá de Miranda, em Braga, nas 28 salas com exames só em sete salas é que estão a decorrer provas e há registo de que alunos invadiram as salas de aula, em protesto por não fazerem os exames, tendo sido chamada a polícia ao local, adiantou à Lusa Laura Martins, secretária nacional da FNE.
O secretário-geral da FNE lamentou as anomalias que estão a ser registadas hoje nos exames nacionais e adiantou que o balanço da adesão à greve é "positivo".
Os professores, que começaram por fazer uma greve ao serviço de avaliações, decidiram agendar uma paralisação geral para hoje para contestar o regime de requalificação profissional e a mobilidade geográfica proposta pelo Governo, bem como o aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais.
Face à ausência de acordo entre Governo e sindicatos, um colégio arbitral decidiu pela não realização de serviços mínimos.
O Ministério da Educação ainda recorreu da decisão, mas não obteve resposta em tempo útil.
A greve aos exames sucede-se a uma manifestação, realizada sábado, em Lisboa, na qual participaram, segundo os sindicatos, 50 mil professores de todo o país.