Covid-19: Cabo Verde estima perder 162 MEuro em receitas públicas devido à crise

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Porto Canal com Lusa

Praia, 24 mar 2020 (Lusa) - O vice-primeiro-ministro de Cabo Verde, Olavo Correia, estimou hoje que o país vai perder 18 mil milhões de escudos (162 milhões de euros) em receitas públicas devido à crise económica provocada pela pandemia de covid-19.

"O cenário que nós temos é um cenário difícil para a economia cabo-verdiana nos próximos tempos. Um cenário de recessão económica, um cenário de redução das receitas públicas, quase 18 milhões de contos de receitas publicas que iremos perder pelo efeito desta epidemia, e empregos que estão em causa", Olavo Correia, que é também ministro das Finanças.

O governante falava após a assinatura de um acordo, que descreveu como "histórico", alcançado esta manhã, em reunião do Conselho de Concertação Social, com os parceiros sociais, para medidas que visam mitigar os efeitos da crise provocada pela pandemia de covid-19, com apoios à tesouraria das empresas e de proteção ao emprego.

Cabo Verde terá alcançado um Produto Interno de Bruto de 197,8 biliões (milhões de milhões) de escudos (1.790 milhões de euros) em 2019, segundo estimativa anterior do Governo. A confirmar-se este cenário, o país perderá o equivalente a quase 10% da sua riqueza anual com os efeitos económicos da pandemia, conforme cálculos feitos pela Lusa.

"Nos próximos três meses (...) não podemos governar para as estatísticas, não podemos governar para os indicadores nem para os rácios económicos, que são importantes, como é óbvio. Nos próximos três meses temos de trabalhar para protegermos as pessoas, o emprego e os rendimentos", afirmou.

"Todo o esforço do Governo no sentido de protegermos as vidas das pessoas, mas ao mesmo tempo temos de cuidar também do rendimento e do emprego dos cabo-verdianos. E o emprego e o rendimento estão hoje ameaçados por esta epidemia e por esta crise, quase um tsunami económico, como já foi referido", apontou.

Cabo Verde regista atualmente dois casos confirmados de covid-19 e um óbito, todos turistas estrangeiros e confinados à ilha da Boa Vista, que está em quarentena, isolada das restantes ilhas.

Contudo, os efeitos da pandemia já se fazem sentir na economia, devido às restrições impostas pelo Governo para evitar a propagação da doença ao arquipélago. O país já se encontra fechado às ligações aéreas internacionais, medida preventiva que, por outro lado, retira a principal fonte de rendimentos de Cabo Verde, que em 2019 recebeu cerca de 800 mil turistas.

"Cabo verde tem hoje mais de 200 mil pessoas empregadas, das quais cerca de 80 mil estão no setor privado e 20 mil estão no setor do turismo, restauração e atividades conexas. E a nossa prioridade número um é trabalhar em parceria com o setor privado, com os sindicatos, para protegermos cada emprego, para garantirmos o rendimento às pessoas", garantiu Olavo Correia.

Para já, conforme acordo alcançado hoje em Concertação Social, avançam medidas de apoio às empresas e respetivas tesourarias, como linhas de financiamento e suspensão de pagamentos, com o "princípio da manutenção do emprego".

Insistiu que "tudo será feito" para "evitar o sofrimento das pessoas", admitindo mesmo medidas adicionais para "garantir o emprego e proteger o rendimento" dos cabo-verdianos.

"Estamos firmes, estamos determinados e estamos todos juntos aqui para trabalhar para permitirmos que o efeito negativo sobre as pessoas seja o mínimo possível", garantiu Olavo Correia.

O Governo estima para este ano uma recessão, após vários anos a crescer a mais de 5%, e prevê aprovar um Orçamento Retificativo até junho.

PVJ // PJA

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