Emissão de dívida especulativa de empresas dos periféricos duplica em 2013 - Moody's
Porto Canal / Agências
Lisboa, 13 mar (Lusa) - As emissões de dívida das empresas dos países periféricos europeus mais do que duplicaram em 2013 face ao ano anterior, para os 24 mil milhões de dólares (17,25 mil milhões de euros), segundo um relatório hoje divulgado pela Moody's.
A Moody's publicou hoje a sua análise à emissão de dívida de empresas dos cinco países da periferia da Europa - Itália, Espanha, Portugal, Grécia e Irlanda - concluindo que, em 2013, foram emitidos 24 mil milhões de dólares em títulos de dívida especulativa de empresas não financeiras nestes países, valor que, em 2012, foi de apenas 10 mil milhões de dólares (7,2 mil milhões de euros).
A agência de notação financeira destacou que este aumento das emissões de dívida especulativa das empresas dos periféricos, cujos níveis de 'rating' são considerados 'lixo', registou-se "depois das posições de apoio tomadas pelo Banco Central Europeu em 2012".
Ao todo, em 2013, foram realizadas 40 emissões por empresas destes cinco países, depois de, em 2012, se terem realizado apenas 18 emissões. Além disso, estas emissões representaram 27% do total de todas as emissões de dívida especulativa da União Europeia, sendo que, em 2012, representaram apenas 18% do total.
A Moody's refere que a Itália reforçou a sua posição predominante na emissão de dívida especulativa, mas que o aumento mais dramático em volume foi registado nas empresas gregas.
Quanto a Portugal, a agência indica que a emissão da Portugal Telecom (PT), em outubro de 2012, foi "a primeira emissão de dívida especulativa ('high yield bond') do país em mais de três anos".
Em percentagem do PIB, a Irlanda foi o país que mais se destacou, tendo somado emissões equivalentes a 1,6% do PIB no ano passado, seguindo-se a Grécia (1,5% do produto) e Portugal (0,8%).
Para 2014, a Moody's espera uma "emissão forte" da dívida especulativa por parte das empresas dos países periféricos e que "os volumes [destas emissões] se mantenham apoiados pelas necessidades de refinanciamento das empresas".
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