Ucrânia: Governo francês ausente na abertura de Jogos Paralímpicos de Sochi

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Porto Canal / Agências

Paris, 07 mar (Lusa) -- A França não enviará nenhum ministro para a abertura dos Jogos Paralímpicos de Sochi, que acontece hoje, em protesto contra a presença militar russa na Ucrânia, anunciou o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius.

"Eles não estarão lá. Se houvesse algum ministro francês lá, seria muito inoportuno", disse hoje Laurent Fabius à radio France Info, depois de evocar as tensões internacionais que decorrem pela situação na Ucrânia.

Os atletas franceses, no entanto, participarão nos Jogos na cidade russa.

A ministra delegada para as pessoas com deficiências, Marie-Arlette CArlotti, disse na quarta-feira que considerava a hipótese de não comparecer ao evento.

"Nós tomámos uma atitude que parece ser muito razoável", disse Fabius.

"Os atletas não serão penalizados. Trabalharam em condições muito difíceis para estarem presentes. Trabalharam meses e meses. É normal que possam participar", completou Laurent Fabius.

Os Estados Unidos, Alemanha e a Noruega também desistiram de enviar uma delegação oficial à abertura dos Jogos Paralímpicos em Sochi.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou no domingo que o seu Governo também boicotará os jogos.

O Presidente russo, Vladimir Putin, deverá marcar presença na cerimónia de abertura dos Jogos, que têm início hoje e contarão com 1.600 atletas paralímpicos de 45 países, mas o evento estará "manchado" pela crise na Ucrânia.

A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após o afastamento do ex-presidente Viktor Ianukovich e a presença de militares russos na Crimeia, península do sul do país onde está localizada a frota da Rússia do Mar Negro.

Na terça-feira, em conferência de imprensa, Vladimir Putin alegou que interveio na Crimeia a pedido de Ianukovich e anunciou que mantém o "direito de atuar" na Ucrânia, em último recurso, para defender cidadãos russos.

A crise na Ucrânia começou em novembro com protestos contra a decisão de Ianukovich de recusar a assinatura de um acordo de associação com a UE e promover uma aproximação à Rússia.

Em fevereiro, após meses de manifestações e confrontos no centro de Kiev, Ianukovich foi afastado, tendo tomado posse um novo governo, pró-ocidental.

Em declarações posteriores, Ianukovich continua a apresentar-se como o Presidente legítimo da Ucrânia, posição que conta com o apoio da Rússia.

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