Ucrânia: Polícia prende autoproclamado governador de Donetsk e desocupa sede do governo
Porto Canal / Agências
Kiev, 06 mar (Lusa) - A polícia deteve nesta madrugada o autoproclamado governador de Donetsk, Pavel Gubarev, e outros 70 manifestantes que tinham tomado a sede do governo desta região no leste da Ucrânia, informou hoje a Rádio Liberdade.
As forças de segurança ucranianas desocuparam a sede do governo regional, tomado na quarta-feira, pela segunda vez, por um grupo de manifestantes pró-russos, e içaram sobre a entrada uma bandeira ucraniana no lugar da russa, que havia sido colocada pelos partidários de Gubarev.
O Serviço de Segurança da Ucrânia (SSU) abriu esta semana um processo penal contra Gubarev por liderar a invasão do edifício governamental.
Os manifestantes pró-russos contestavam a nomeação, no domingo, de um novo governador da região, Serguei Tarut.
Apesar de ser uma cidade onde se fala russo, Donetsk tem sido palco de manifestações contra a presença da Rússia na Crimeia e contra as novas autoridades de Kiev.
A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após o afastamento do ex-presidente Viktor Ianukovich e a presença de militares russos na Crimeia, península do sul do país onde está localizada a frota da Rússia do Mar Negro.
Na terça-feira, em conferência de imprensa, Vladimir Putin alegou que interveio na Crimeia a pedido de Ianukovich e anunciou que mantém o "direito de atuar" na Ucrânia, em último recurso, para defender cidadãos russos.
Já o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, anunciou um pacote de ajuda financeira à Ucrânia de 11 mil milhões de euros. Para hoje está agendado um Conselho Europeu extraordinário para debater a situação.
A crise na Ucrânia começou em novembro com protestos contra a decisão de Ianukovich de recusar a assinatura de um acordo de associação com a UE e promover uma aproximação à Rússia.
Em fevereiro, após meses de manifestações e confrontos no centro de Kiev, Ianukovich foi afastado, tendo tomado posse um novo governo, pró-ocidental.
Em declarações posteriores, Ianukovich continua a apresentar-se como o Presidente legítimo da Ucrânia, posição que conta com o apoio da Rússia.
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