Câmara dos Deputados do Brasil rejeita alterar controversa reforma da Previdência

| Mundo
Porto Canal com Lusa

Brasília, 08 ago 2019 (Lusa) - A Câmara dos Deputados do Brasil rejeitou esta quarta-feira oito propostas de modificação do texto da reforma da Previdência proposta pelo Governo do Presidente Jair Bolsonaro, cabendo agora ao Senado a aprovação final.

Os congressistas debateram por mais de nove horas as oito propostas de mudanças em pontos específicos apresentadas por vários partidos, sete deles da oposição.

A controversa reforma, criticada por sindicatos, organizações sociais e partidos da oposição, cujo texto básico foi debatido na terça-feira e aprovado em segunda instância, deve ser entregue hoje ao Senado.

Entre as propostas estavam modificações em alguns cálculos de benefícios por tempo de contribuição para o regime de segurança social, as condições de trabalho de funcionários públicos expostos a agentes químicos e as regras na transição para o setor público daqueles que trabalham no privado.

Foram também discutidas as regras para o pagamento de trabalhadores de baixos rendimentos, benefícios para idosos e pessoas com deficiência, valores de pensão por morte e tetos mínimos para contribuições em caso de aposentação.

Todas as alterações propostas ao texto básico foram rejeitadas.

Na quarta-feira, a câmara baixa realizou a segunda dos duas votações necessárias para a aprovação do texto que define o quadro geral da reforma com o apoio de 370 deputados, 124 votos contra e uma abstenção.

Na primeira discussão, a 10 de julho, 379 deputados da câmara baixa do Congresso Nacional do Brasil votaram a favor e 131 pronunciaram-se contra.

Para sua aprovação em segunda instância, a proposta da equipa económica de Bolsonaro também precisava ultrapassar os necessários três quintos (308 dos 513 votos) que exigem uma emenda constitucional, cujo procedimento parlamentar é complexo e requer várias votações.

A reforma propõe restringir o acesso às aposentações, de forma a garantir uma economia fiscal equivalente a cerca de 251 mil milhões de dólares (224 mil milhões de euros) em dez anos.

Este é um dos grandes apostas do Governo de Jair Bolsonaro para o país tentar reconstruir uma economia que entre 2015 e 2016 perdeu sete pontos percentuais do PIB, que cresceu apenas a uma taxa de 1% ao ano em 2017 e em 2018, temendo-se que este ano possa cair em recessão.

Com a reforma, rejeitada pelos sindicatos e movimentos sociais, que protestaram em várias cidades na segunda e terça-feira, o projeto visa reduzir os gastos com um sistema de segurança social que o Governo considera em rutura, acabar com um défice crónico do setor público e libertar recursos para investimentos em áreas consideradas prioritárias.

Para atingir esse objetivo, o projeto prevê uma idade mínima para acesso à reforma, de 62 anos para mulheres e 65 para homens, que não é atualmente um requisito no Brasil.

JMC // JMC

Lusa/Fim

+ notícias: Mundo

Ex-membro da máfia de Nova Iorque escreve livro dirigido a empresários

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- Louis Ferrante, ex-membro do clã Gambino de Nova Iorque, disse à Lusa que o sistema bancário é violento e que escreveu um livro para "aconselhar" os empresários a "aprenderem com a máfia" a fazerem negócios mais eficazes.

Secretário-geral das Nações Unidas visita Moçambique de 20 a 22 de maio

Maputo, 06 mai (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai visitar Moçambique de 20 a 22 de maio, a primeira ao país desde que assumiu o cargo, em 2007, anunciou o representante do PNUD em Moçambique, Matthias Naab.

Síria: Irão desmente presença de armas iranianas em locais visados por Israel

Teerão, 06 mai (Lusa) - Um general iraniano desmentiu hoje a presença de armas iranianas nos locais visados por Israel na Síria, e o ministro da Defesa ameaçou Israel com "acontecimentos graves", sem precisar quais, noticiou o "site" dos Guardas da Revolução.