Detidos agentes da secreta venezuelana por usar armas durante protestos
Porto Canal / Agências
Caracas, 22 fev (Lusa) - O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou terem sido detidos vários funcionários dos serviços secretos do país que utilizaram armas nos protestos estudantis ocorridos a 12 de fevereiro último.
"Pedi que ninguém saísse à rua com armas e saíram com armas (...) estão detidos parte dos funcionários que usaram armas", disse.
Nicolás Maduro falava no palácio presidencial de Miraflores, Caracas, numa conferência de imprensa com jornalistas nacionais e estrangeiros, durante a qual acusou os meios de comunicação internacionais, como a CNN, de criarem "uma campanha" para o demonizar, assim como fizeram com Hugo Chávez.
"Os que são funcionários públicos entreguei-os imediatamente. Apenas vi as fotos mandei detê-los. O Ministério Público pediu e entreguei-os com armas e tudo", disse.
O Presidente da Venezuela sublinhou que se se determinar que algum funcionário público é responsável por alguma morte ou ferimentos, deve ser preso.
"Não protejo ninguém que dispare a alguém neste país em manifestações", enfatizou, vincando que "estes funcionários são a exceção dentro do comportamento disciplinado e profissional do pessoal" dos serviços secretos.
Segundo Nicolás Maduro mais de 3.000 pessoas trabalham para os Serviços de Informações e três ou quatro foram os que desobedeceram às ordem e "têm umas explicações que não convencem".
Por outro lado referiu-se a denúncias de que pessoas dos chamados grupos "coletivos", - grupos defensores do Governo -, teriam atacado manifestantes opositores, vincou que, quem o fez, terá de ser detido.
"Já estão a procurar os que se provou que dispararam. Têm que ir presos, não tinham que estar ali, muito menos armados e a disparar", disse.
A 18 de fevereiro último, através dum decreto publicado na Gazeta Oficial, o Presidente venezuelano designou a Gustavo Enrique González López como novo diretor dos Serviços de Informações.
A designação teve lugar depois de o próprio Nicolás Maduro ter expressado publicamente que um grupo de funcionários não cumpriu as ordens de "não sair à rua", a 12 de fevereiro último, dia em que três pessoas faleceram e dezenas ficaram feridas durante violentos protestos organizados estudantes opositores.
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