Resultados da obra na alameda onde passava o comboio já começam a notar-se em Espinho

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Porto Canal com Lusa

A Câmara de Espinho revelou este sábado que, estando a requalificação do canal ferroviário a meio, até abril reabrirá ao trânsito parte da rua 8, onde já se vislumbram obras de estacionamento subterrâneo e um novo edifício para concertos.

Atualizado 26-03-2019 11:09

Estimada em 12,5 milhões de euros, a chamada empreitada do ReCaFE arrancou em novembro de 2017, deverá prolongar-se até final de 2020 e abrange uma área de 113.000 metros quadrados ao longo dos terrenos que ficaram desocupados desde que a Linha Ferroviária do Norte passou a circular no subsolo em 2008.

Viabilizando agora um circuito mais direto entre o norte da cidade, na fronteira com o concelho de Vila Nova de Gaia, e o bairro piscatório de Silvalde, que o enterramento do comboio deixou confinado por muros altos, a obra visa conferir uma nova estética à Alameda 8 e está a instalar nessa zona nobre da cidade novos edifícios, praças, recursos paisagísticos e infraestruturas de lazer e comércio.

"Estamos a falar de uma obra que transformará certamente Espinho numa cidade ex-libris não apenas do Norte do país, mas também de Portugal - e uma referência também a nível internacional", garante à Lusa o presidente da autarquia, Joaquim Pinto Moreira.

Antecipando que o coração da cidade vai assim converter-se numa "'boulevard' ajardinada" com áreas de recreio infantil, pérgulas e ciclovias, o autarca afirma: "Será a nossa sala de visitas, não apenas um ponto de encontro dos espinhenses, mas também de todos aqueles que chegam a Espinho para fazer turismo, passear e se divertirem".

Circulando do norte para sul, as mudanças já identificáveis na área intervencionada são várias. Junto ao Rio Largo, já está pronta a avenida que até abril reabrirá parcialmente ao trânsito e que no futuro atravessará toda a cidade numa linha reta até ao bairro piscatório de Silvalde. Nessa zona também já foi criada a nova Praceta Manuel Sancebas e instalada uma passagem pedonal superior de acesso às praias.

Mais adiante, há um novo arranjo do pátio que confina com as traseiras do centro de emprego, veem-se marcações para o espelho de água a criar na lateral do casino e decorrem escavações no antigo Largo da Graciosa para criação de 400 lugares de estacionamento subterrâneo dispostos em linha até ao bairro piscatório. No ponto da Rua 19 onde esse parque começa deixarão de ver-se em breve os azulejos que, recriando antigos cenários de Espinho, não poderão ser preservados, mas, segundo a vereadora Lurdes Ganicho, "têm as suas matrizes salvaguardadas" para réplica futura noutros espaços da cidade.

Entre a Rua 15 e a 27 já se percebe que o piso vai ser elevado para ficar revestido em calçada portuguesa e dar prioridade à circulação de peões, e, mais perto da estação de comboio subterrânea, as tubagens de ventilação que muitos associam a chaminés de navios preparam-se para ser recortadas e envoltas por caixilharia de vidro iluminado.

Outras construções envidraçadas para instalação de uma cafetaria e uma loja de turismo vão aparecer um pouco mais a sul e nova praça também está a ser criada junto à antiga estação da Linha do Vouga, que Pinto Moreira espera poder concessionar para restauração ou hotelaria se a Comboios de Portugal (CP) o permitir.

No extremo sul da área a intervencionar, os muros que cortaram a vista a residências e restaurantes de Silvalde vão depois transformar-se em jardins verticais e, enquanto isso, já está de pé o novo edifício Progresso, mesmo ao lado do antigo estádio do Sporting Clube de Espinho - que é para demolir.

Diogo Lacerda é o arquiteto que visionou todo o ReCaFE com o seu colega espanhol Francisco Mangado e afirma que o seu objetivo foi "coser" duas zonas antes separadas: por um lado, a área nascente e a zona poente da cidade, que ficaram apartadas pelo vazio deixado pelo comboio, e, por outro, o norte e o sul de Espinho, para devolver ao centro urbano o bairro piscatório que dele estava afastado.

Com esse objetivo em vista, o arquiteto quis que a nova "sala de visitas" da cidade, paralela à linha de mar, fosse pautada "por dois edifícios icónicos": no extremo norte, a passagem pedonal para ligação à praia e à malha urbana por cima da linha férrea e, a sul, o edifício Progresso, com as suas arcadas abertas para peões e ciclistas circularem através dele em dias sem espetáculos.

"Vai ser possível transformá-lo sazonalmente com concertos ou com outras ideias. Os espetáculos que se criavam junto ao casino passam para esta zona, que vai ter zonas lúdicas e um corpo de vidro suspenso para congressos e outros usos", conclui.

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