Maria Luís afirma que decisão sobre saída do programa será tomada pouco antes de 17 Maio
Porto Canal
A ministra das Finanças afirmou hoje que a decisão sobre a forma de saída do resgate financeiro deverá ser tomada "em abril" e que as hipóteses de um programa cautelar ou uma "saída limpa" continuam em aberto.
As posições da ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, foram assumidas na conferência de imprensa no final da reunião do Eurogrupo, em Bruxelas.
A governante assegurou que ainda não há conversações sobre cenários após a conclusão do atual programa de assistência económico-financeira, que termina oficialmente a 17 de maio, e que a decisão só deverá ser fechada "umas semanas antes" dessa data.
Questionada sobre as posições já assumidas, por exemplo, pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que defendeu um programa cautelar para Portugal, Maria Luís Albuquerque reiterou que "é cedo" para optar e vincou que o executivo quer esperar pelos dados macroeconómicos finais de 2013 e ter "mais dado sobre o acesso ao mercado".
"Respeitamos essas opiniões, mas não resultam de uma discussão prévia connosco", afirmou.
"Em boa verdade, relativamente a isso, eu sei o mesmo que os senhores, porque são vocês que reportam o que tem sido dito, eu não tive conversas com nenhum relativamente ao programa cautelar (...) o que sei é o que está nos jornais", acrescentou Albuquerque.
A ministra das Finanças referiu ainda ter defendido junto do presidente do Eurogrupo e da Comissão Europeia o adiamento desta discussão, o que foi aceite por todos os parceiros.
"Não marcámos ainda [uma data], o programa acaba a 17 de maio, possivelmente [a decisão será] em abril, mas em maio também há uma reunião do Eurogrupo antes de dia 17 (...) [a decisão] será tomada umas semanas antes, como aconteceu com a Irlanda", disse.
Para a ministra das Finanças, o Governo PSD/CDS-PP "não deve ter uma preferência sem estar mais perto" da data de conclusão do atual programa de assistência.
Confrontada com as posições da oposição, e nomeadamente do PS, que já disse a ausência de uma saída limpa representará uma derrota para o Governo, a ministra desvalorizou.
"Os partidos da oposição também acharam que os números do défice foram uma má notícia, a interpretação das coisas é o que é", disse.
A última reunião do Eurogrupo antes do final do programa de assistência português terá lugar a 05 de maio.