Portugal aproveita "só pontualmente" contributo de emigrantes - Governo

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 07 jun (Lusa) -- Portugal tem aproveitado "só muito pontualmente" o contributo dos emigrantes, diz o secretário de Estado José Cesário, identificando as "barreiras administrativas" como o maior obstáculo para a diáspora.

Em declarações telefónicas à Lusa a partir da Namíbia -- onde iniciou hoje o périplo das comemorações do 10 de Junho, que o levarão nos próximos dias à África do Sul, a Hong Kong e a Macau --, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas reconheceu que "falta uma adaptação da administração [pública] às necessidades" dos emigrantes, particularmente os que investem" em Portugal, "que são imensos".

Frisando que o Governo português faz "um trabalho" para melhorar esta situação "há alguns anos", José Cesário falou da "adaptação muito grande" que os emigrantes têm de fazer à burocracia do país, "um desafio complicado".

"Um dos maiores problemas para um investidor que vem de fora, embora português, são as barreiras administrativas, é a administração não estar disponível e pronta para trabalhar com um público que, não sendo um público estrangeiro, não conhece a realidade portuguesa", resume.

"Falta confiança" de parte a parte e "em Portugal falta um conhecimento melhor da realidade" das comunidades no estrangeiro, aponta o governante.

"Durante muito tempo virámo-nos demasiado para dentro, agora temos de nos virar para fora", sustenta.

Sobre os portugueses na Namíbia, onde chegou hoje, José Cesário disse que "fundamentalmente são comerciantes" e trabalhadores dos serviços, alguns ligados à indústria da pesca e quadros na construção.

A Namíbia, assinala, "é um país quase lusófono", não pelos "para cima de dois mil" portugueses que lá vivem, mas pelos "cerca de cem mil" angolanos.

A comunidade portuguesa presente "há bastantes anos" na Namíbia está "bem integrada" e, dado que o país africano está "em desenvolvimento muito grande, é de esperar que a comunidade aumente", antecipa.

Já existe "alguma coisa" nos negócios entre Portugal e Namíbia, "mas pode haver mais", reconhece o governante. "Temos, neste momento, um grande programa de língua portuguesa, (...) estamos a preparar professores de português, porque, efetivamente, o português tem aqui uma grande procura", diz.

José Cesário segue no sábado para a África do Sul, onde "a comunidade é mais numerosa, na ordem das 300 mil pessoas", mas também "muito antiga" e "entretanto estabilizou".

O secretário de Estado participará em comemorações do 10 de Junho em Joanesburgo, Durban, Cidade do Cabo e Pretória.

"É um momento de reunião, de encontro. Eles [os emigrantes] fazem questão de o celebrar com muito empenho", sublinha o secretário de Estado, referindo o "orgulho" na "celebração da identidade portuguesa".

SBR // PJA

Lusa/fim

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