Portugal/Síria: Portugal deve cumprir com as suas obrigações internacionais - Ana Gomes

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Porto Canal / Agências

Estrasburgo, França, 15 jan (Lusa) - A eurodeputada Ana Gomes (PS) defendeu hoje que Portugal deve cumprir com as suas obrigações internacionais e aceitar um eventual pedido para o transbordo de material químico proveniente da Síria num porto nos Açores.

"Em princípio, sou a favor de que Portugal cumpra com as suas obrigações de cooperação internacional, como país membro das Nações Unidas, para a resolução do conflito na Síria e também com as suas obrigações como aliado dos seus parceiros europeus e também dos EUA, no quadro da NATO", disse Ana Gomes, aos jornalistas, em Estrasburgo.

A eurodeputada salientou que "neste caso há claramente um mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas, há um pedido assumido pelos Estados Unidos às autoridades portuguesas, há, portanto, a obrigação, por parte de Portugal, de o considerar favoravelmente".

A parlamentar europeia ressalvou, no entanto, que nada impede que Portugal peça esclarecimentos sobre questões de segurança.

"É uma boa maneira de Portugal limpar a imagem que ficou claramente suja - a imagem dos Açores e de Portugal - com a participação e o acolhimento da cimeira da guerra para a invasão do Iraque em 2003", sublinhou.

As autoridades norte-americanas contactaram Portugal para avaliar a possibilidade de realizar o transbordo, mas ainda não houve decisão, disse à Lusa fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

Em comunicado enviado à Lusa, o MNE afirma que Portugal foi um dos países contactados pelos Estados Unidos da América, que "procuraram apurar a disponibilidade, junto de vários parceiros, de estruturas portuárias para a operação de transbordo do material químico transportado a partir da Síria num navio dinamarquês para um navio norte-americano".

A Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), envolvida no programa de desarmamento químico na Síria, disse hoje desconhecer qualquer transbordo de químicos em Portugal, afirmando que a operação decorrerá num porto italiano ainda não identificado.

"Não posso confirmar nem negar o que o Governo português anunciou. É a primeira vez que ouço isso. Tudo o que eu sei é que o navio americano se encontraria com o navio dinamarquês - e possivelmente um norueguês - num porto em Itália, que aparentemente será identificado amanhã", disse à Lusa por telefone o diretor de relações públicas da OPAQ.

Michael Luhan acrescentou que a organização e os países envolvidos na operação de retirada e destruição das armas químicas sírias estão a divulgar o mínimo de informação possível sobre os movimentos da operação, por motivos de segurança.

"O movimento destes químicos representa um certo risco, que a OPAQ não vê como particularmente alto, a ideia é reduzir o risco ao mínimo absoluto e uma forma de fazê-lo é não publicitando onde certas coisas vão acontecer e quando", sublinhou o responsável.

IG (JH) // VM

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