Assembleia Municipal do Porto exorta Governo a apresentar novas políticas de habitação

Assembleia Municipal do Porto exorta Governo a apresentar novas políticas de habitação
| Norte
Porto Canal com Lusa

A Assembleia Municipal do Porto exortou o Governo a apresentar um novo programa de financiamento de construção e reabilitação de habitações económicas e sociais, que inclua a componente dos espaços exteriores.

Numa reunião extraordinária, convocada pela CDU e exclusivamente dedicada ao acesso à habitação no Porto, os partidos foram unânimes em dizer que a habitação é um "problema da maior importância e grave" que é preciso resolver "com urgência".

Numa discussão de cerca de três horas, o deputado da CDU Artur Ribeiro referiu que o problema da habitação no Porto é de uma "enorme gravidade", sendo dever de todos procurar soluções.

O comunista salientou que "a beleza" do Porto causou "um enorme" afluxo de turistas nos últimos anos e a reabilitação urbana transformou prédios privados em espaços destinados aos turistas, causando o afastamento da população carenciada.

O deputado frisou não estar contra o turismo que traz "inúmeros" benefícios, mas lembrou que a alma do Porto é a sua gente.

"A cidade perde cada vez mais população e a razão de fundo é a especulação imobiliária", afirmou.

Artur Ribeiro vincou que não é competência da Câmara garantir o direito à habitação consagrado na Constituição, mas é seu dever garantir condições dignas a quem vive nas casas que fazem parte do seu património, sublinhando a necessidade de reabilitar os bairros, as zonas adjacentes, de construir equipamentos sociais e espaços de estacionamento.

Na resposta, o presidente da Câmara, Rui Moreira, disse que tem apostado numa política de habitação coerente, recordando um investimento de 53 milhões de euros no parque habitacional nos últimos quatro anos.

O independente frisou que não olha para o papel da autarquia quanto à habitação apenas e só numa perspetiva de habitação social ou, sequer, municipal.

"Vemos o tema como um imperativo das políticas públicas para que o Estado, seja ele o central ou o local, consiga participar de uma forma direta na promoção de habitação nas suas várias dimensões, que não apenas na sua forma social", realçou.

O autarca disse querer os responsáveis políticos, com as suas decisões e medidas, a intervir no mercado de arrendamento para a classe média.

"É necessário, além de um Estado subsidiário, provocar o mercado exatamente onde ele tem falhado, ou seja, na disponibilização de habitação para a classe média".

Já a deputada do BE Susana Pereira foi perentória em dizer que o "negócio está a matar a cidade".

"Na Baixa há mais visitantes e turistas, mas muito menos habitantes", ressalvou.

Na sua opinião, se a situação não se inverter daqui a cinco ou dez anos a cidade será uma cidade mais pequena porque se está a esvaziar.

Apesar de fazer uma avaliação positiva do trabalho e investimento feito na habitação, Patrícia Ferreira, do PS, entendeu que é necessário melhorar a gestão do parque habitacional municipal, repensar o centro histórico, requalificar as `ilhas´ e desenvolver programas de apoio ao arrendamento.

A socialista afirmou que quase não há mercado de arrendamento no Porto, e salientou que a Câmara deve clarificar a estratégia nesta área.

Por seu lado, o deputado social-democrata Alberto Araújo considerou ser "muito cedo" para realizar uma assembleia dedicada a este tema.

Já a deputada do PAN, Bebiana Cunha defendeu a elaboração do inventário do património municipal.

+ notícias: Norte

70 alunos vítimas de intoxicação alimentar após jantar de curso em Braga

Cerca de 70 alunos do curso de Direito da Universidade do Minho passaram por uma intoxicação alimentar após um jantar de curso que decorreu num restaurante em Braga. Os estudantes foram levados para os hospitais de Braga e de Famalicão devido a sintomas de intoxicação alimentar, como vómitos, diarreia, desmaios e arrepios.

Trabalhadores da Efacec iniciam greve intercalada de duas horas por turno em Matosinhos

Os trabalhadores da Efacec iniciam esta segunda-feira uma greve de duas horas por turno, que se repetirá na quarta e na sexta-feira, pela defesa dos empregos e da importância estratégica da empresa. A paralisação abrange também todo o trabalho extraordinário durante o mês de maio

Central de Operações de Socorro de Gondomar já recebeu mais de 36 mil chamadas

A Central Única de Gondomar, que ajuda a reduzir o tempo de espera por socorro, recebeu 36.178 chamadas. Inaugurada há um ano, segundo o Jornal de Notícias (JN), “em comparação ao primeiro trimestre de 2023 (sem CMOS) com o de 2024 (com CMOS), houve um aumento do número de ocorrências na ordem dos 22,2%, passando das 3532 para as 4315”.