Juros de Portugal mantêm queda e estão em mínimos de 2015 no prazo de 5 e 10 anos
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 19 set (Lusa) -- Os juros da dívida portuguesa continuavam hoje a descer ao princípio da tarde em todos os prazos e a cinco e a dez anos para mínimos desde maio e dezembro de 2015, respetivamente.
Cerca das 13:00 em Lisboa, os juros a dez anos estavam a cair para 2,392%, um mínimo desde dezembro de 2015 e contra 2,413% na segunda-feira.
No prazo de cinco anos, os juros também estavam a recuar, para 0,895%, um mínimo desde maio de 2015 e contra 0,940% na segunda-feira.
No mesmo sentido, a dois anos, os juros estavam a descer para -0,071%, contra -0,066% na segunda-feira e o mínimo de sempre, de -0,075%, verificado em 07 de setembro.
A presidente da agência que gere a dívida pública (IGCP) espera uma redução das taxas de juro da dívida portuguesa, após a subida do 'rating' pela Standard & Poor's, que deverá tornar os títulos soberanos mais atrativos para os investidores.
"A expectativa é que a evolução das taxas de juro seja mais favorável", disse Cristina Casalinho no parlamento, onde está a ser ouvida hoje pelo grupo de trabalho para o endividamento público e externo.
A responsável do IGCP disse que o instituto vai manter o financiamento que já tinha calendarizado e que esperará que a "situação se sedimente para a seguir aproveitar" os menores custos do financiamento.
A agência de notação financeira Standard and Poor's decidiu, na sexta-feira, tirar Portugal do 'lixo', revendo em alta o 'rating' atribuído à dívida soberana portuguesa de 'BB+' para 'BBB-', primeiro nível de investimento.
Com esta revisão em alta, Portugal volta a ter uma notação de investimento, atribuída por uma das três principais agências de 'rating' mundiais.
Quanto à Fitch, esta manteve em junho o 'rating' de Portugal em 'lixo', mas alterou a perspetiva para 'positiva', o que indica que poderá mudar a nota de Portugal para grau de investimento na revisão de final do ano.
No início deste mês, foi a vez de a Moody's melhorar a perspetiva sobre a dívida pública portuguesa de estável para positiva, podendo assim rever em alta o 'rating', para grau de investimento dentro de 12 ou 18 meses.
Também no caso da S&P, o mercado esperava que primeiro alterasse a perspetiva e só posteriormente a nota da dívida soberana, pelo que a decisão de sexta-feira de dispensar o passo intermédio foi uma surpresa.
Os dados económicos positivos da economia foram uma das justificações para a agência tirar Portugal do 'lixo', antecipando a economia a crescer 2% em média até 2020, um défice de 1,5% este ano e menos riscos no acesso ao financiamento.
MC (IM/SP) // MSF
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