Venezuela: Parlamento português aprova voto com "apelo ao diálogo democrático"
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 07 jul (Lusa) -- O parlamento português aprovou hoje um voto, do PSD e do CDS, de "apelo ao diálogo democrático" na Venezuela e rejeitou outro, do PCP, que condenava a "ação de grupos golpistas".
Esta é a quarta vez desde março que Assembleia da República discute, através de votos de pesar, a situação na Venezuela, onde vive uma grande comunidade portuguesa, e, mais uma vez, verificou-se uma clara divisão entre esquerda e direita.
No debate, no parlamento, o deputado do CDS Telmo Correia qualificou o "regime" venezuelano de "ditadura" e recusou qualquer "manifestação de solidariedade", acusação feita pelo líder da bancada comunista, João Oliveira, a grupos terroristas.
Era a referência feita aos grupos que invadiram o parlamento venezuelano, apoiantes de Nicolas Maduro, por entre acusações de agressões a deputados e jornalistas.
João Oliveira lembrou que o governo de Maduro condenou esta ação e, como já fizera nos debates anteriores desde março, condenou a "ação violenta de grupos golpistas" e as "ingerências externas" no país.
PSD e PS foram diplomáticos, apelaram ao diálogo, embora o deputado socialista Paulo Pisco tenha admitido não ser possível desculpabilizar o governo pelos acontecimentos tumultuosos dos últimos meses que já fizeram mais de 100 mortos.
Todos os partidos expressaram a sua solidariedade para com a comunidade portuguesa e de lusodescendentes que vive na Venezuela, com o PSD a pedir ao Governo que "não baixe os braços" na sua defesa.
Na hora da votação, o voto de pesar do PSD e do CDS teve o apoio do PS, e foi aprovado.
O voto de condenação dos atos de violência contra a Venezuela, apresentado pelo PCP, foi chumbado, apesar dos votos da bancada comunista, BE e PEV, e teve os votos contra do PS, PSD e CDS.
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