Líderes europeus instam Comissão a analisar investimentos estrangeiros

| Economia
Porto Canal com Lusa

Bruxelas, 23 jun (Lusa) - Os líderes da União Europeia instaram hoje o executivo comunitário a analisar os investimentos de países terceiros, como a China, em setores estratégicos na Europa, perante a preocupação de países como a França e a Alemanha.

Na cimeira que terminou hoje em Bruxelas, os 28 líderes da União Europeia comprometeram-se, num documento assinado, a encontrar formas de aumentar a reciprocidade nas compras e investimentos governamentais, instando a Comissão Europeia a analisar os investimentos em setores estratégicos, acrescentando que voltariam ao assunto num encontro futuro.

Em Portugal a China tornou-se, nos últimos anos, um dos principais investidores, comprando participações importantes nas áreas da energia, dos seguros, da saúde e da banca.

"A reciprocidade é o caminho certo. Se tivermos, por exemplo, acesso a contratos públicos nos Estados Unidos, então podemos dizer 'sim' ao acesso a contratos públicos na Europa", afirmou a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, acrescentando que, caso o acesso total fosse recusado, a Europa deve pensar em respostas.

Deste modo, acabou por não avançar a proposta apresentada pela França para dar mais poder à Comissão Europeia para controlar aquisições estrangeiras na União Europeia para proteger os setores estratégicos.

A França e a Alemanha são os países mais preocupados com as compras de empresas locais em setores estratégicos por parte de grupos estrangeiros, em particular por empresas chinesas que em muitas ocasiões contam com o apoio do Estado, segundo fontes diplomáticas da Efe.

Este foi a primeira vez que os chefes de Estado e de Governo debateram o tema, depois de a Comissão Europeia ter apresentado, no mês passado, um documento de reflexão sobre a globalização, num momento de debate a nível internacional sobre o equilíbrio entre o livre comércio e o protecionismo que defende o presidente dos EUA, Donald Trump.

Neste sentido, Angela Merkel valorizou que o Conselho Europeu tenha apresentado uma "posição clara" a favor do livre comércio, num momento em que o protecionismo "está muito presente".

Já o presidente francês, Emmanuel Macron, deixou claro que "em nenhum caso" quer "fechar a Europa a investimento estrangeiro".

"Sou favorável a que haja investimento chinês, asiático, americano, africano (...), mas é legítimo ter mecanismos de controlo quando estes investimentos são feitos em setores que são estratégicos", afirmou numa conferência de imprensa.

Nessa linha, os líderes instaram os legisladores europeus a "aprovar rapidamente instrumentos de defesa comercial modernos e compatíveis com a Organização Mundial de Comércio".

O Conselho Europeu também apoiou os progressos nas negociações comerciais em curso, especialmente com o México e o Mercosur (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) - que Merkel considerou "essenciais" -, bem como os com a região Ásia Pacífico.

SP // MSF

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