CGD: Governo PSD/CDS apenas pedia à gestão para "aguentar o barco" - Nogueira Leite

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 08 mar (Lusa) - O antigo vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) António Nogueira Leite revelou hoje que a estratégia do anterior Governo (PSD/CDS) para a instituição passava apenas por "aguentar o banco" durante o período mais agudo da crise.

"A estratégia do Governo era estabilizar a situação de liquidez da Caixa. A única coisa que o Governo nos dizia era: 'aguentem o barco. E, se possível, mantenham o crédito às empresas'", afirmou o responsável durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito à CGD.

"Não podíamos dar crédito a empresas que já não mereciam. Não havia um grande plano estratégico a não ser salvar o banco e manter a economia a funcionar", assinalou Nogueira Leite, que esteve na administração do banco público entre julho de 2011 e janeiro de 2013, depois de ter renunciado ao cargo que desempenhava.

Questionado sobre a sua visão acerca das razões que levaram às elevadas imparidades acumuladas pela CGD, Nogueira Leite realçou que está obrigado ao dever de sigilo bancário e que, como a decisão de levantamento deste sigilo ainda corre nos tribunais, sem ter transitado em julgado, não quer "correr o risco" de quebrar esse dever.

Ainda assim, considerou que "as práticas bancárias anteriores em Portugal (CGD, BES, Millennium, Montepio e outros) e no estrangeiro hoje não eram possíveis", uma vez que a conjuntura económica mudou completamente.

"O cliente até podia não ter dinheiro no banco, mas recebia crédito para os seus projetos e dava como garantia as ações da sua empresa", exemplificou o gestor, a pedido dos deputados.

Segundo Nogueira Leite, a sua administração não encontrou na Caixa uma situação diferente da existente noutros grandes bancos portugueses.

O que surpreendeu, frisou, foram "instrumentos muito rudimentares de controlo de gestão".

"Como nos anos anteriores os senhores banqueiros ganhavam muito dinheiro, não prepararam as instituições" para os maus momentos, sublinhou, destacando que "a Caixa tinha lucros fabulosos até à crise de 2007/2008".

DN // ROC

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