Centenas de activistas iniciam jejum em solidariedade com as Filipinas

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Porto Canal / Agências

Varsóvia, 12 nov (Lusa) -- Centenas de ativistas presentes na 'cimeira do clima' em Varsóvia iniciaram hoje um jejum em solidariedade com o representante das Filipinas, que anunciou a intenção de jejuar até que sejam acordadas ações concretas contra as alterações climáticas.

Naderev Sano, delegado das Filipinas à Conferência do Clima, fez na segunda-feira um discurso emocionado sobre a devastação provocada no seu país pelo tufão Haiyan e assegurou que, em solidariedade com muitos dos seus compatriotas, que não conseguem alimentos, jejuará durante os trabalhos, que se prolongam até 22 de novembro.

A iniciativa hoje anunciada, que congrega duas dezenas de organizações não-governamentais, é a primeira do género numa conferência do clima da ONU e, nas últimas horas, muitas pessoas juntaram-se a ela espontaneamente, disse à agência EFE a coordenadora da iniciativa, Angeli Apparedi.

"Vamos fazer um jejum em solidariedade com a delegação filipina, com as vítimas do tufão, e até que se concretizem ações políticas reais nesta COP19", disse Apparedi, membro de uma rede ecológica do Sri Lanka.

"Sinto-me esmagado com esta demonstração de solidariedade da sociedade civil, de todo o mundo, especialmente dos jovens", disse o delegado filipino à imprensa, recordando "a urgência" de medidas concretas contra o aquecimento global para evitar desastres naturais como o que afetou o seu país.

Outra iniciativa lançada em Varsóvia é o uso de um grande ponto vermelho na lapela, que os organizadores esperam vir a abranger nomeadamente delegados dos mais de 190 países que participam na conferência.

A passagem do tufão Haiyan pelas Filipinas, há quatro dias, fez cerca de 10.000 mortos e milhões de afetados, com dificuldade de acesso a alimentos, abrigos ou assistência médica, segundo uma estimativa da ONU.

Este desastre natural marcou a abertura dos trabalhos da Cimeira do Clima, na segunda-feira, com a responsável da ONU para o Clima, Christiana Figueres, a afirmar que "o impacto devastador do tufão Haiyan, um dos mais poderosos tufões que alguma vez chegou a terra" deve levar a uma reflexão profunda sobre os efeitos das alterações climáticas.

Representantes de mais de 190 países estão reunidos em Varsóvia para trabalhar num acordo vinculativo global de redução das emissões de gases com efeito de estufa a assinar em 2015 e vigorar a partir de 2020.

MDR // JMR

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