BE diz que adiamentos sucessivos sobre sanções são para fazer pressão sobre atual Governo
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 05 jul (Lusa) - A coordenadora do BE considerou hoje que os "adiamentos sucessivos" da Comissão Europeia sobre as eventuais sanções a Portugal são para "fazer pressão sobre o atual Governo", criticando PSD e CDS por continuarem a integrar o Partido Popular Europeu.
Catarina Martins falava aos jornalistas na sede do BE, em Lisboa, precisamente depois de ter estado a responder em direto na rede social Facebook a perguntas sobre sanções a Portugal, sessão que decorria enquanto, em Estrasburgo, o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, confirmou que as decisões sobre os Procedimentos por Défice Excessivo (PDE) a Portugal e Espanha não serão tomadas hoje, mas "muito em breve".
"A Comissão Europeia não pode sancionar o país e o que está a acontecer neste momento é um ataque verdadeiramente à democracia em Portugal e à nossa economia porque o que está a ser feito é fazer adiamentos sucessivos para fazer pressão sobre o atual Governo, sobre a atual maioria parlamentar com base na política da própria Comissão Europeia e da direita anterior a essa mudança em Portugal", criticou.
A coordenadora bloquista registou que "todos os partidos disseram que são contra as sanções", mas também que "PSD e CDS continuam a fazer parte do PPE [Partido Popular Europeu] que está a propor sanções", não percebendo como é que estes dois partidos portugueses continuam a fazer parte desta força política europeia.
"Registo que Assunção Cristas escreve cartas indignadas, mas que Nuno Melo não disse nada quanto o presidente do partido europeu em que está inserido pediu as sanções e registo que tanto Passos Coelho como Maria Luís Albuquerque vieram tentar dizer que as sanções têm a ver com o ano 2016. A direita neste momento está aliada a forças que estão a pressionar o nosso país", condenou.
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