CIP lamenta resultado do referendo e alerta para fragilidades do projeto europeu
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 23 jun (Lusa) -- O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, lamentou hoje a vitória do "brexit" no Reino Unido, considerando que esta decisão realça fragilidades e incertezas do projeto europeu.
"Este é um momento histórico. O período que se segue na União Europeia terá de ser enfrentado com ponderação, para que os fatores de instabilidade não sejam reforçados", disse António Saraiva, numa nota enviada às redações.
O presidente da CIP considerou que "a decisão do Reino Unido realça fragilidades e incertezas do projeto europeu", mas este "é o momento para Portugal e os restantes Estados-membros reafirmarem o seu compromisso para com a União Europeia e os seus principais pilares económicos: o Mercado Único e o euro".
A CIP realça, contudo, que "respeita a vontade expressa pelos votantes no referendo britânico", e sublinha que "o Reino Unido é o mais antigo aliado de Portugal e [...] É necessário assegurar que as relações politicas e económicas entre os dois países se reforçam".
Para a confederação, este referendo abriu um debate sobre "o tipo" de União Europeia que os Estados-membros querem construir e há aspetos que têm de ser trabalhados e melhorados, nomeadamente, a concretização de uma legislação mais eficaz e políticas que favoreçam a competitividade, tanto ao nível europeu como nacional, para a promoção do crescimento e do emprego.
A conclusão da União Económica e Monetária e a implementação de uma estratégia global coerente que tenha em conta o enquadramento da Europa no mundo, a salvaguarda dos acordos de Schengen e a aplicação do "Plano Juncker" são outros desafios que a CIP entende que merecem ser levados a cabo.
Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido vai sair da União Europeia (UE), depois de o 'Brexit' ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira, cuja taxa de participação foi de 72,2%.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou já a sua demissão com efeitos em outubro.
As principais bolsas europeias abriram hoje em forte queda, com a bolsa de Londres a descer perto dos 8%, mantendo-se ao início da tarde com perdas entre os 4% e os 10%.
Numa primeira reação, os presidentes das instituições europeias (Comissão, Conselho, Parlamento Europeu e da presidência rotativa da UE) defenderam um 'divórcio' o mais rapidamente possível, "por muito doloroso que seja o processo".
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