Resultado do referendo é "profunda derrota para interesses do grande capital" - CGTP

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 24 jun (Lusa) -- A CGTP considerou hoje que o resultado do referendo no Reino Unido representa "uma profunda derrota para os interesses do grande capital britânico, bem como para todos os seus aliados da União Europeia".

De acordo com a central sindical, independentemente das motivações próprias relacionadas com a política interna no Reino Unido, este resultado "confirma também a rejeição das políticas federalistas e neoliberais impostas aos trabalhadores e aos povos da União Europeia".

"(..) Políticas consubstanciadas em Tratados como o Tratado de Lisboa, o Tratado Orçamental, bem como a União Económica e Monetária, a Governação Económica, o Semestre Europeu e o seu cortejo de medidas ditas de austeridade, de ataque aos direitos laborais e sociais, que têm conduzido ao aumento da exploração e ao empobrecimento dos trabalhadores e dos povos", acrescentou.

Com a derrota no referendo e a já anunciada demissão do primeiro-ministro do governo conservador, "a União Europeia deve respeitar escrupulosamente a vontade soberana expressa nas urnas pelo povo britânico".

Este é também, para a CGTP, o momento para que a UE reflita sobre as razões porque na maioria dos países aumenta a contestação popular e a necessidade de rutura com a sua política anti-laboral e anti-social.

Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido vai sair a União Europeia, depois de o 'Brexit' ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira, cuja taxa de participação foi de 72,2%.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou já a intenção de se demitir em outubro, na sequência deste resultado.

As principais bolsas europeias abriram hoje em forte queda, com a bolsa de Londres a descer perto dos 8%, mantendo-se ao fim da manhã com perdas entre os 5% e os 11%.

 Numa primeira reação, os presidentes das instituições europeias (Comissão, Conselho, Parlamento Europeu e da presidência rotativa da UE) defenderam um 'divórcio' o mais rapidamente possível, "por muito doloroso que seja o processo".

ICO// ATR

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