O ministro das Finanças, Mário Centeno, considerou que se tornou um "hábito" a criação de comissões parlamentares de inquérito sobre a banca, após o PSD e o CDS terem formalizado este pedido na segunda-feira na Assembleia da República.

"Sobre as propostas que têm surgido no plano parlamentar, o único comentário que me sugere é que de repente a necessidade de criar comissões para o setor financeiro tornou-se um hábito", atirou o governante durante uma conferência de imprensa realizada no Ministério das Finanças, em Lisboa.

Questionado pelos jornalistas sobre a intenção hoje manifestada no parlamento também pelo PSD e pelo CDS para que a Assembleia da República promova auditorias externas e independentes à Caixa Geral de Depósitos e ao Banif, Centeno foi parco em palavras.

"A auditoria a ocorrer será quando acontecer e se se colocar. Não há relação com o processo de alterações da CGD que está a decorrer", vincou Centeno.

O PSD e o CDS pretendem que este projeto de deliberação seja votado já nesta quinta-feira, dia de votações regimentais, adiantou à Lusa fonte da direção da bancada social-democrata.

No projeto entregue no parlamento ao qual a Lusa teve acesso, é proposto que a Assembleia da República promova, "com caráter de urgência, a realização de duas auditorias externas e independentes relativas à Caixa Geral de Depósitos (CGD) e ao Banco Internacional do Funchal (Banif)".

Segundo o texto do projeto, essas auditorias "deverão identificar eventuais situações indiciadoras de irregularidades, suscetíveis de configurarem responsabilidade civil de qualquer natureza".