PCP pede política fiscal mais adequada, PM promete trabalho conjunto para reforma fiscal
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 28 abr (Lusa) - O secretário-geral do PCP pediu hoje uma política fiscal que tribute de forma mais adequada "os grupos económicos, as grandes empresas, as grandes fortunas", tendo o primeiro-ministro prometido um trabalho em conjunto para a reforma fiscal.
"É necessário romper com os constrangimentos e condicionalismos externos. Renegociar a dívida, optar por política fiscal que tribute de forma mais adequada os grupos económicos, as grandes empresas, as grandes fortunas de forma a libertar os recursos financeiros para aumentar o investimento público", disse o líder comunista, Jerónimo de Sousa, na sua intervenção durante o debate quinzenal, no parlamento.
Na resposta, o primeiro-ministro, António Costa, concordou que é necessária "uma reforma fiscal".
"Vamos trabalhar em grupo para trabalharmos um quadro fiscal que incentive o investimento produtivo e a criação do emprego, mas combata a injustiça social, a fuga e a evasão fiscal. Precisamos de um quadro fiscal mais justo e é nesse sentido que iremos trabalhar em conjunto para podermos conseguir esse quadro", afirmou.
Jerónimo de Sousa insistiu que, na perspetiva do PCP, "a solução para os problemas nacionais não é a submissão às imposições da União Europeia nem ao regresso às políticas do governo anterior" e que o país precisa de uma "política alternativa".
"Não é fácil, nem é simples, mas temos de tentar acertar o passo entre a necessidade e a possibilidade de uma vida melhor", pediu.
O primeiro-ministro voltou a acompanhar Jerónimo de Sousa, replicando o desafio que o PCP "tem sublinhado bem", de que "nem sempre é possível compatibilizar a mudança necessária com o quadro possível da mudança".
"Há um combate a travar na União Europeia e esse é um combate que é necessário", concordou, acrescentando que Portugal não terá "melhor emprego, melhoria da natalidade e da produção nacional" se não for capaz de ter uma política que aposte no crescimento e na criação de emprego.
O deputado comunista falou ainda do setor da energia, considerando que "Portugal e os seus setores produtivos precisam de energia mais barata" e que o Governo deve agir para o garantir, tendo o primeiro-ministro respondido que esta é uma questão central e também por isso "a partir de julho o gás baixará".
O secretário-geral do PCP já tinha defendido a criação de "condições para aumentar a produção nacional", considerando que "está na hora do Governo se empenhar de forma mais decidida nessa batalha importantíssima" e empreender uma "ação mais determinada junto da grande distribuição".
Costa voltou a concordar com Jerónimo de Sousa e disse ser importante defender a produção nacional, antecipando o relançamento, para breve, da campanha "Portugal Sou Eu", que visava a valorização da oferta nacional, para dinamizar o tecido empresarial e apostar na reindustrialização.
O primeiro-ministro anunciou ainda o lançamento de uma estrutura de missão para a revitalização do comércio local.
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