Lisboa, 22 mar (Lusa) - O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, manifestou hoje pesar pelas vítimas dos atentados ocorridos em Bruxelas, que considerou um "ataque à Europa" e a todos os europeus e defendeu a necessidade de uma "defesa moderna".

"Uma palavra de pêsames às famílias das vítimas e aos feridos perante aquele que é mais um ataque na Bélgica mas é um ataque à Europa e de alguma forma simbólica, a todos nós. É uma ameaça difusa e que felizmente temos conseguido conter, mas não completamente", disse Azeredo Lopes, em declarações aos jornalistas antes de partir para uma visita a uma feira de indústria da defesa no Luxemburgo.

O ministro defendeu que o ataque "chama a atenção para a necessidade de uma defesa moderna e do século XXI" e destacou que muitos ataques já terão sido evitados graças ao trabalho das estruturas de segurança e informações dos vários países.

Questionado sobre se estão a ser tomadas medidas para reforçar a segurança em Portugal, o ministro recusou que haja "uma relação causa-efeito" e exortou os cidadãos e os países a "resistir a renunciar" aos valores da liberdade e da livre circulação "por razões de eficiência".

"Há medidas que evidentemente não vão ser comunicadas. Seguramente que as estruturas relacionadas com a segurança interna e informações não deixarão de definir os patamares quer de alerta quer de reforço e trocas de informações que sejam pertinentes", disse.

"Estamos perante um adversário que é temível que nos conhece muito bem, que aproveita os nossos valores de liberdade, de livre circulação, de livre expressão de opiniões, para atacar. É a pior tentação a que devemos resistir, a de renunciar a estes valores por razões de eficiência", disse.

Pelo menos 34 pessoas morreram e perto de duas centenas ficaram feridas nas três explosões registadas hoje em Bruxelas -- duas no aeroporto internacional de Zaventem e uma na estação de metro de Maalbeek, junto às instituições europeias, no centro da capital belga.

O nível de alerta terrorista na Bélgica foi elevado para quatro, o máximo da escala.

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