Operação antiterrorista em Bruxelas prossegue mas não visa suspeito Abdeslam
Porto Canal com Lusa
Bruxelas, 15 mar (Lusa) -- O suspeito mais procurado no quadro do inquérito aos atentados terroristas de Paris em novembro passado, Salah Abdeslam, não era visado pela operação antiterrorista de hoje em Bruxelas, que ainda prossegue após várias trocas de tiros, indicaram fontes policiais francesas.
Depois de o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, ter confirmado, durante uma conferência de imprensa em Abidjan, que polícias franceses participavam na rusga de hoje em Bruxelas durante a qual as forças de ordem foram surpreendidas com tiros de armas pesadas, fontes policiais francesas indicaram à agência France Presse que Abdeslam, o homem mais procurado por envolvimento nos ataques de Paris, não era o alvo da operação.
"A operação não visava Salah Abdeslam, mas sim próximos de um ou mais dos 11 acusados" na Bélgica, referiu a mesma fonte.
A procuradoria federal belga ainda não emitiu qualquer comunicado sobre a operação, dado esta estar ainda em curso -- as autoridades solicitaram mesmo que não sejam difundidas imagens em tempo real, o que os canais televisivos belgas estão a respeitar, repetindo imagens gravadas -, mas um porta-voz adiantou que, ao chegarem a um apartamento presumivelmente abandonado, na Rue de Dries, na comuna de Forest, durante uma perquisição relacionada com os ataques de Paris, os polícias foram imediatamente alvo de tiros de armas pesadas.
Pelo menos três polícias, todos eles belgas - informação já confirmada pelo ministro do Interior belga, Jan Jambon -, foram feridos durante as várias trocas de tiros já registadas.
Na Costa do Marfim, o ministro do Interior francês confirmou que uma equipa de polícias belgas e franceses intervieram na rusga e foram alvo de tiros, "visivelmente de armas pesadas", escusando-se também a adiantar mais detalhes porque prossegue a operação, com um ou mais suspeitos em fuga.
Na comuna de Forest, a polícia montou um grande perímetro de segurança, ainda em busca do autor ou dos autores dos disparos.
Analistas da luta antiterrorista entrevistados pela televisão belga RTBF sublinham que esta é a primeira vez que, no quadro das muitas operações policiais levadas a cabo em Bruxelas desde os atentados de Paris de 13 de novembro passado -- em grande parte planeados e conduzidos a partir da capital belga -, a polícia é visada por tiros, e de forma aparentemente inesperada.
Desde os atentados de novembro na capital francesa, que fizeram 137 mortos, 11 pessoas foram formalmente acusadas na Bélgica de ligação aos ataques, oito dos quais encontram-se em prisão preventiva, continuando em fuga o suspeito mais procurado, Salah Abdeslam.
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