PCP "firme" na rejeição a PSD/CDS-PP sem "andar atrás de lugares" num executivo PS

| Política
Porto Canal com Lusa

O secretário-geral do PCP sublinhou hoje a recusa em colaborar com a manutenção de PSD/CDS-PP no Governo, mostrou-se empenhado no diálogo à esquerda, mas sem "andar atrás de lugares" num eventual executivo socialista.

Jerónimo de Sousa, que falava após a primeira reunião bilateral com o BE, no parlamento, no âmbito das negociações encetadas pelo PS para uma alternativa de Governo, lembrou, contudo, que o processo "não é fácil", devido às diferenças programáticas e ao facto de o programa eleitoral do PS estar distante de "uma efetiva rutura com a política de direita".

"Tudo o que não corresponda [a políticas alternativas] contará com a oposição do PCP", frisou, acrescentando que prossegue "a verificação do concreto das políticas, de um conjunto de medidas, no plano social [educação, saúde, salários]" e que "o PCP está genuinamente empenhado no diálogo e concretização dessas politicas".

Segundo o líder comunista, "os trabalhadores e o povo poderão contar com o PCP para assegurar todas as medidas que correspondam aos seus interesses e direitos" e "tudo o que não corresponda a esses objetivos contará com a oposição do PCP", escusando-se a confirmar se um eventual acordo com o PS passa por toda a legislatura ou apenas o Orçamento do Estado de 2016.

"Nós queremos afirmar que não andamos atrás de lugares ou ou quaisquer privilégios. O nosso empenhamento, sinceridade e honestidade vão no sentido de procurar resolver problemas, responder com políticas concretas", sublinhou Jerónimo de Sousa, quando questionado sobre a possibilidade de os comunistas integrarem um futuro Governo liderado pelo PS.

Após as eleições legislativas de 04 de outubro, a coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP), que se tinha juntado para governar em 2011, obteve 107 mandatos, mas perdeu a maioria absoluta de que gozava. No hemiciclo a distribuição de lugares ficou da seguinte forma, da direita para a esquerda (124), uma vez que o deputado por Pessoas-Animais-Natureza (PAN) se autoexcluiu de tal divisão: 18 para o CDS-PP, 89 para PSD, um para o PAN, 86 do PS, 19 do BE, dois do PEV e 15 do PCP.

O Presidente da República marcou para terça e quarta-feira as audições formais aos partidos com assento parlamentar e fez notar que transmitirá diretamente aos portugueses as decisões políticas que vier a tomar, designadamente a indigitação de um primeiro-ministro, embora já tenha tido uma reunião com Passos Coelho e, posteriormente, uma outra com o líder socialista, António Costa.

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