Devem ser "retiradas consequências" da derrota do PS, Ana Gomes

| Política
Porto Canal com Lusa

Estrasburgo, França, 06 out (Lusa) - A socialista Ana Gomes saudou hoje a hipótese de um congresso do PS, depois das eleições presidenciais, e notou que devem ser "retiradas consequências" da derrota sofrida nas legislativas de domingo.

"Penso que não serve a ninguém, neste momento, ter uma crise no PS, mas têm que ser retiradas consequências da derrota que o PS sofreu", afirmou a eurodeputada, à margem da sessão do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França.

Questionada sobre uma eventual mudança na liderança do partido, Ana Gomes respondeu ser uma "questão que os socialistas terão que debater", acrescentando que o agendamento de um congresso "vai no bom sentido".

"A convocação de um congresso vai no bom sentido, sem que se abra de imediato um vazio na liderança" num momento em que o PS pode ter um "papel histórico" de procurar o consenso entre os países de esquerda, ou, pelo menos, na travagem das malfeitorias que a direita tem reservadas".

Ana Gomes notou que a "maioria dos eleitores portugueses votaram claramente contra a direita da austeridade" pelo que a esquerda deve "não facilitar a vida contra a direita e não permitir que volte a aplicar novamente os programas arrasadores dos últimos anos".

"Isso implica convergência à esquerda. Temos que quebrar o tabu de que a esquerda não pode entender-se", disse.

A eurodeputada lembrou que a situação não depende apenas do PS, mas o seu partido deve "procurar o entendimento à esquerda porque só isso corresponde à posição da maioria dos votantes e que votou contra a direita austeritária".

Caso falhe o entendimento, o PS deve, segundo Ana Gomes, "de forma muito inteligente, impedir que o tempo que a direita poder voltar estar no poder não se traduza em mais malfeitorias".

O secretário-geral socialista, António Costa, vai convocar hoje, durante a reunião da Comissão Política Nacional do PS, um congresso para definir a questão da liderança e da estratégia partidária após as eleições legislativas.

Fonte oficial do PS referiu à agência Lusa que na reunião da Comissão Política, além da marcação de diretas para o cargo de secretário-geral, seguidas por um congresso nacional, o Secretariado Nacional, o órgão de direção executiva dos socialistas, também poderá avançar com a convocação de congressos nas federações (as estruturas distritais).

Embora António Costa não tivesse abordado diretamente a questão da marcação do congresso do PS, deixou mesmo assim um sinal de que isso iria acontecer logo no domingo à noite: "Há uma coisa que todos os socialistas sabem a meu respeito desde que me inscrevi na JS aos 14 anos: Nunca sou nem nunca serei um problema para o PS. Nunca faltarei quando for preciso e nunca estarei quando estiver a mais", afirmou.

No domingo, a coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) venceu as eleições com 38,55% (104 deputados), o PS conseguiu 32,38% (85 deputados), o BE subiu para terceira força política com 10,22% (19 deputados), a CDU alcançou 8,27% (17 deputados) e o PAN vai estrear-se no parlamento, com um deputado, 1,39% dos votos.

PL (PMF) // ZO

Lusa/fim

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