Todos os postos de abastecimento de combustível disponíveis em Portugal vão dispor, a partir desta sexta-feira, de gasóleo e gasolina de baixo custo, ou seja, sem aditivos. No entanto, isso não significa que os consumidores vão conseguir abastecer os seus automóveis aos preços que são praticados nos postos de abastecimentos dos hipermercados.

Muitas petrolíferas, principalmente aquelas que tiveram custos para adaptar os postos à nova legislação, vieram afirmar que não basta excluir os aditivos dos combustíveis para conseguir competir com os preços praticados nos hipermercados, onde os combustíveis não têm aditivos e os custos de exploração do negócio não são muito altos.

A Associação Nacional dos Revendedores de Combustíveis tem esperanças que os preços baixos praticados nos hipermercados passem a ser, também, praticados nos posto de abastecimento.

“O nosso objectivo é desviar o combustível dos hipermercados para os postos. Temos esperança que isso aconteça”, diz o presidente da associação, João Durão, em declarações ao jornal Público.

Ao longo dos anos os postos dos hipermercados têm conquistado cada vez mais o mercado. Em 2018, tinham uma quota de mercado que rondava os 13% e em 2014 já tinham angariado mais 9% do mercado. Um aumento superior à quota de mercado dos operados independentes que rondam os 7%.

Paulo Carmona, presidente da Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis, afirma que a imposição desta nova lei vai permitir que os consumidores tenham uma melhor percepção da margem de lucro dos vendedores.

Ao obrigar os postos de abastecimento a ter “exactamente o mesmo produto em todos os postos de abastecimento, em conjugação com os preços de referência (que a ENMC publica on-line desde Novembro) torna mais fácil ao consumidor fazer comparações", afirma Carmona.

A lei tornará, assim, evidente o "custo de produção e a margem que está a ser cobrada" pelos diversos postos de abastecimento em todo o país.