Banco de Portugal criticado por "falta de eficiência" no acompanhamento ao BES
Porto Canal (DYG)
O relatório com as conclusões preliminares dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão do Grupo Espírito Santo (GES) desaprovou o trabalho do Banco de Portugal no processo que levou à falência do grupo. O parecer foi apresentado esta quinta-feira.
Pedro Saraiva, relator dos resultados da CPI, num documento sumariado do relatório apresentado esta quinta-feira na Assembleia da República, constatou uma relutância e imobilidade por parte do GES e do BES no cumprimento das advertências que partiram do Banco de Portugal.
O relator afirma que o banco central português deveria ter adoptado acções "mais assertivas". Com as "sucessivas resistências, contradições e eventuais conflitos de interesse" da administração de Ricardo Salgado, Carlos Costa optou por "encontrar e implementar sem rupturas ou perturbações excessivas uma solução de mútuo acordo".
Apesar do Banco de Portugal ter intensificado o acompanhamento ao BES e aumentado a área de intervenção para as áreas financeiras e não financeiras não foi suficiente para evitar a carência de intervenção pública, afirma o social-democrata.
Pedro Saraiva salienta, ainda, que existe alguns factos ainda por apurar, nomeadamente, a origem e a finalidade dos movimentos financeiro que passaram pela ES Enterprise, a identificação dos destinatários e beneficiários das operações financeiras e créditos coligados à Eurofin e ao BESA e o destino final dos empréstimos de 450 milhões efectuados pela ESI às empresas do GES.